É curioso não saber dizer quem sou.
Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer
porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo.
O que eu sinto eu não ajo. O que ajo não penso. O que penso não sinto. Do que sei sou ignorante. Do que sinto não ignoro. Não me entendo e ajo como se entendesse.
Mas tantos defeitos tenho. Sou inquieta, ciumenta, áspera, desesperançosa. Embora amor dentro de mim eu tenha... Só que não sei usar amor: às vezes parecem farpas...
Sou como você me vê, posso ser leve como uma brisa, ou forte como uma ventania,
depende de quando, e como