A voz
É minha foz
E minha fonte.
De onde jorra
Meu encanto
E meu sustento.
O som da minha fronte
Que me leva adiante
E sustém, entrementes,
Cada tom, nota a nota.
O diferencial que nem se nota
Em meio ao vozerio ambiente.
Mas sobressai ao microfone,
Quando se amplifica, ambivalente.
Cicia. Balbucia. Divaga.
Soa meio doce, meio amarga.
Silente, extravasa.
Corta distâncias. Invade casas.
É o dial do alento
E da desgraça.
Minha voz me diferencia
E me guarda.
Antecede minha figura,
Mas sempre à retaguarda,
Serve à mensagem sem firula
Na ânsia do senso
Ao qual se entrega.
Nas ondas sonoras
Surfa e navega.
Vai de manso,
Sem pressa,
Rumo ao seu desti