"O Canto da Terra!"
(1944)
Venho das profundezas da terra, do coração da terra, onde se fundem todos os limites e se confundem todas as idades...
Venho de onde a terra ainda está começando e onde há de terminar
e meu canto, retemperado ao fogo primitivo, estremecerá a superfÃcie do mundo como os abalos sÃsmicos
e romperá o solo, e rugirá surdamente, como a voz profunda
dos vulcões...
Ao meu canto de lavas, desaparecerão das encostas que se altearão as terras onde há senhores e escravos, os campos onde alguns lavram e outros esperam; e todos os homens atônitos perceberão que a terra não tem donos e que nunca dominaram o coração da terra!
E as lavas descerão