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Minha família mora numa bola. Moramos debaixo de uma bola. Meus pais ocupam o tempo do que alguns chamam de vida, trabalhando. Eu ocupo meu tempo do que alguns chamam de vida, estudando. Dizem que essa bola é comparada a um grão de areia na imensidão do que eles chamam de Universo. Dizem que a gente fica rodando isso o tempo todo. Ninguém explica o que é a vida. E ninguém nunca voltou pra dizer o que vem depois dela. Depois daquilo que chamam de morte. Enquanto que nada se explica, enquanto que as cortinas e as janelas não se abrem, eu vou ficando com minha concepção cética sobre tudo, até aquela concepção que definiria QUEM SOU EU.