DEVOLVA-ME A RAZÃO
Não entendo tua frieza insana e desmedida,
Que, sem dó, entorpece minha alma de vazio e solidão.
Não entendo teu prazer vil em furtar minha humanidade,
Só para saciar teu insensato coração.
Que não sabe o que quer,
Que não sabe amar,
Nem que seja por um instante Ãnfimo de contradição.
Se sabia, então, que amar não era uma escolha,
Por que me deixou amar-te em vão?
Se a dignidade que ainda me resta for de bom grado,
Leve-a contigo e me deixe largado nessa escuridão.
Talvez assim, ainda que por um instante,
Consiga, furtivamente, assenhorear-se de minha há tanto perdida razão.
Pau dos Ferros, 17 de julho de 2011.
Jean Kelber