Nasci e, de certo modo, vou enganando o tempo, enquanto conseguir. Quando deixar de conseguir, será o tempo, esse ente implacável, a enganar-me e a fazer de mim o que melhor entender. Entretanto, vou-me aventurando, às vezes com um passo à frente e dois atrás, mas, sempre, com a esperança de ter deixado algumas marcas indeléveis, nas sendas por onde me tenho embrenhado. Mais que isso, será morrer. Disso tenho medo, mas não muito, até porque a morte fascina-me como poucas coisas na vida.