Sou a poesia, a possibilidade e carrego comigo a libidinosa malemolência em meus quadris até a ponta dos pés.
Sou o indefinido, o inacabado, o grosseiro e ao mesmo tempo delicado.
Sou aquilo que não se é.
Guardo em mim a atitude de cada pássaro quando salta ao precipÃcio em sua primeira jornada.
Guardo em mim a força de cada semente que morre ao renascer.
Sou a coragem diante do medo, sou a fé diante da força.
Sou as cores vibrantes e o silêncio da mata.
Sou o movimento, sou só um corpo transvertido em uma personalidade guiada,
Sou antena
Do que tenho nada é meu, do que sei nada se conclui
Sou a passagem, onda do mar, o pó de estrela
Nem escuro e nem claro
Nem vida nem morte..