Tenho fé na poesia. Na arte que cura. Mas que permanece leve, sem carregar o peso da responsabilidade de curar, "resgatar". Cura por que cura, por que fura, dura, apunhala e sai do outro lado deixando que o ar refresque as tripas pelo buraco que deixou. É isso. A arte não preenche. Ela faz o buraco. Cava pra que a alma, a própria natureza da alma, o ser, nos preencha. De novo e mais uma vez, já que estamos vazios.