Sou um pouco de tudo,
um pouco de nada.
Tenho asas, guelras,
terras e constelações.
Se já amei?
Mil vezes amei.
Mil vezes desamei.
Sei que ando pelas ruas
como todos andam pelas ruas.
Sei que tenho náuseas e espanto.
Sei que tenho o adeus de todos os deuses
em todos meus sonhos sonhados.
Sei que tenho óleo boiando sujo no lago da memória,
degraus cheios de pássaros mortos,
diálogos meus barrados no limiar da hora do Encontro,
cloacas envernizadas do nada mais que o social.
Oh! como dar mãos a quem não tem mãos de dar,
não me encostem à parede todas as vezes
em que venho para ficar em silêncio,
em silêncio mesmo que isto seja difÃcil,
deixem-me calado na dor e no amor,
de