ºÝºÝߣshows by User: luccmart / http://www.slideshare.net/images/logo.gif ºÝºÝߣshows by User: luccmart / ºÝºÝߣShare feed for ºÝºÝߣshows by User: luccmart https://cdn.slidesharecdn.com/profile-photo-luccmart-48x48.jpg?cb=1523598243 O poeta é um fingidor. Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente. E os que lêem o que escreve, Na dor lida sentem bem, Não as duas que ele teve, Mas só a que eles não têm. E assim nas calhas de roda Gira, a entreter a razão, Esse comboio de corda Que se chama coração. Nesta vida, em que sou meu sono, Não sou meu dono, Quem sou é quem me ignoro e vive Através desta névoa que sou eu Todas as vidas que eu outrora tive, Numa só vida. Mar sou; baixo marulho ao alto rujo, Mas minha cor vem do meu alto céu, E só me encontro quando de mim fujo. Quem quando eu era infante me guiava Senão a vera alma que em mim estava? Dizem