O que chamais de morte
é o findar da vida
E o que chamais nascer
é começar a morrer
E o que chamais viver
É morrer vivendo.
Não temo a morte:
prefiro esse fato inelutável
ao que me foi imposto
no dia do meu nascimento.
E a vida que me confiaram
sem me consultar
e que restituirei
com indiferença
na minha sepultura,
E quando eu morrer...lancem meu cadáver
Num sombrio cemitério...
Odeio o mausoléu.
Prefiro rosas vermelhas.
sou como o viajante
desse hotel funéreo.
Pois nada vale esforço, luto e choro,
serão todos julgados.
E não só muda,
mas se transforma em nada
a sempiterna de olhos de safira,
potente, alada e lúbrica mentira
pelo sonho dos homens.