Ocus Pocus!
Às vezes acho que não existe epiderme que me proteja das sensações todas. Então excedo-me de sentir, no fluxo ingênuo de um despertar sem freio dos sentidos. Sinto, curiosamente, a dor. Sinto, descrente, amor. Sinto o que for preciso ou impreciso, no passado, no futuro, no claro, no escuro, num absurdo de vida ou de luto. Mas num minuto percebo-me como uma rocha protegida e fria, que a nada obedece, escondida no fundo insensÃvel de um mar que ninguém conhece.