Eu era um gesto, era uma pergunta, era um acúmulo de sentidos procurando sentido em tudo. Era um algarismo. Era uma palavra sem significado. Era um isto.
Depois aprendi a sambar, aprendi a responder e a formular tantas outras perguntas que me levaram a mim. Passei a guardar as mãos no bolso e a sentir com o sorriso. Guardei minha singularidade e me fiz plural pra caber no mundo. Sou outro, com a mesma cara de olhos apertados de tanto sorrir, com o coração mais forte ainda.
(Tiago Nascimento)