Cada um tem de mim exatamente o que cativou.
penduro-me no espaço
meus pés vão-se afastando do chão, antes deles algoz, prisioneiros da Mãe terra, agora emancipados como o adolescente que deixa a casa, que ora lhe acolhia,ora lhe tolhia.
desde antes mesmo de ter consciência de que era homem,
ser terrestre, caminhante sobre a face da terra, agora suspenso no ar apenas por um punhado de fios...
distantes de tudo e de todos, pedacinho de uma doce solidão, como um distante desejo que se realiza.
Meu caminho agora é só meu.
Sinto a caricia do vento no rosto e o silêncio da distancia de tudo.