Abro-me ao novo tempo.
Não me importo se ele trás
lágrimas ou tormentos,
pois se não há vida bela,
belos são os momentos
que hei de levar
da estações dos amores,
que floresceram em primaveras
ainda que em outonais cores,
mas sempre a desfolharem alento.
Vale a pena o instante
onde cabe tanto
em tão pouco espaço,
quem sabe, o de um quarto.
Valem as chegadas
apesar das tristes partidas.
Valem os amores
que como o perfume de flores
de algum modo pousam guirlandas
onde antes haviam dissabores.
Tudo o mar devolve
e um dia o amor maior volve
nas areia brancas da esperança
e, por isso mesmo,
vale a pena ousar
como criança
e se consumir em querer.
Se