A IMAGEM
Isso
que vedes
não sou Eu
tão só as coisas que
me compõem:
o lenço, as mãos
os cabelos vegetais e esse
olhar longÃnquo.
As coisas
só me anunciam
e à minha presença múltipla e fragmentária
mas me adivinhareis e a
meu trânsito nos dias. Sou uma dor itinerante.
Isso que vedes,
não sou Eu
só me antecede/me prepara
que vária e inconclusa
subsisto
e solitária assisto
às muitas mortes de mim.
Isso que vedes
não sou Eu.
(Maria do Carmo)