Agora - mas desde sempre - não moro bem dentro do meu corpo, daÃ, acreditar em alma de outro mundo.
Não sou o do espelho
Certa estranheza me incomoda
O desconforto solicita-me liquidar o imóvel.
Sempre sou um outro morando em mim.
Vivo em uma casa geminada.
Intruso, pareço inquilino em vias de despejo.
Não abro janelas ou destranco portas.
Mantenho as luzes apagadas sem anunciar-me aos vizinhos.
Pelas frestas pressinto sussurros.
Meu espelho não me reflete
Não identifico se há excesso ou escassez de luares.
Ignoro a fronteira entre lucidez e loucura.
Bartolomeu Campos de Queirós - Vermelho Amargo
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