POETAR
Papel macio
de palavras vazio,
de alegrias se enche.
Cintilando,
estrela a estrela,
o vazio se preenche...
Um rio de vida
brota do papel
e, em cada linha esculpida,
a mancha colorida
parece talhada a cinzel...
São ecos de uma voz
que se encontra,
que se despoja
de um eu para um nós...
Papel sentido
de vivências preenchido...
O pincel,
descontrolado,
pedra a pedra,
esboça um mundo escondido
que se quer no papel
pintado...
A magia acontece:
de palavras se tece
o macio papel,
já não mais vazio...
É de formas, de cores,
libertas de normas,
que se cosem dores e amores.
E o papel sorri e chora
sob palavras que adora...