Eu na trilha
Na minha modernidade retro, troto em duas rodas...
O verde e o azul passam sem querer passar
E vou trotando no meu cavalo branco
Suando com ele, carregando-o num abraço largo
Pedras e borracha já tocam uma melodia familiar
A borracha e o asfalto competem com os marimbondos, sem causar pânico
E os odores me lembram do que vivi e o que não vi
Flutuo através deles, nessa armadilha do tempo
Na minha modernidade retro, ainda filmo a vinte e quatro quadros,
Fotografo a vinte e quatro quadros por minuto
E consigo lotar minha memória digital
No meu trote em duas rodas
Venço o cavalo, venço o mundo e venço a mim mesmo
Pelo poder que me atravessa como raio
Que vem do chão
E