Uma vez, há muito tempo atrás (era mesmo eu?), me defini assim:
"Virá de dentro de alguma das minhas distâncias um grito suave, quase inaudÃvel, que se perpetuará obscuro, no vácuo. Existirá e não.
Será um grito sem revolta, às vezes, mesmo doce como a tarde sozinha: A tarde nos olhos de quem não sabe.
Queria compartilhar meu "não-saber", veio a voz.
Aqui falará alguém que não sabe o caminho,
não sabe nada dos pássaros noturnos que o assombram
nem da inquietude sedutora que lhe provoca o toque do mundo.
Alguém estranho já no nascimento.
Estranho Adão, transitivo.
Gritando."