Hoje, me vejo dentro de um casulo arrebatando as asas recém modeladas pelo tempo, num esforço profundo para livrar-me da prisão de que me fez nascer. Da natureza desta esfinge sombria não sei de onde surgi e nem que rumo tomar. A cada abertura das asas sinto o vento frio pressionando-as contra meu desejo. A força a que acabei de apreender, jamais me fará forçar em angústia a desprezÃvel vontade de voar com o vento sem desafiá-lo, por que minha felicidade nasce desta afronta constante. O vento, o vôo, o desafio e a felicidade se compreendem em angústia por ter que me enfrentar. Jamais em continência abrirei as asas para a fuga, mas, para o enfrentamento.
(EFEITO DO TEMPO - VASCO