Voe
Voe como uma inspiração
Que te entrega na multidão
E que te transforma em liberdade.
Voe como se fosse sua última viagem.
Creia no seu manto de imagens,
Nas suas glórias vividas nas paisagens
Das ruas frias, asfaltadas,
Iluminadas por suas lágrimas,
Que refletiam os raios vindos de um olhar inibido...
De um sonho perdido.
Voe para fora dos limites
Impostos pela miséria de um gesto
Contido pela incapacidade humana
De fazer recriar a esperança.
Junte-se a um outro rio
Que corre do coração em direção
Dos ralos de sua pele,
Abertos à força
Pelo suor de sua fé.
Marcus Aurelius
(Homenagem póstuma ao seu falecido companheiro José R. E. Pitta)