ݺߣ

ݺߣShare a Scribd company logo
A C H E 6 A M E N T O Ó MUNDO R E A L E FANTÁSTICO NA O B R A
     "MERLÍN E F A M I L I A " D E A L V A R O CUNQUEIRO.




                                                            por

                                    MARlA VILLAR PORTAS
1



              PANORAMA SOOIO-POLÍTICO NA GALICIA DA POST-GUERRA»

    Na orde i n s t i t u c i o n a l o Estado do 18 de X u l l o c o n f i g u r o u s e como
" i n s t r u m e n t o t o t a l i t a r i o ó s e r v i c i o da unidade da P a t r i a " . En     coheren-
c i a con i s t o , procedeuse á liquidación de todo v e s t i x i o a u t o n o m i s t a ,                 -
desmotando a unidade política das rexións e potenciándose ó máximo a -
P r o v i n c i a ó f r o n t e da aue se ntopaba u n Gobernador G i v i l oue ademáis -
e r a o x e f e p r o v i n c i a l do Movemento, a función máis r e l e v a n t e do c a l e-
r a o mantemento da orde pública.

    A través da ideoloxía da "sagrada unidade da P a t r i a " procederíase -
a i m p l a n t a r urina política extremadamente u n i f o r m a d o r a ,               imposta b a i x o -
coacción, d e s t i n a d a a b o r r a r todo signo e x t e r n o de i d e n t i d a d e ñas n a —
c i o n a l i d a d e s históricas. E s t a s prácticas prolongáronse nos e i d o s                    cultu
r a l e ideolóxico mediante a proscripción da l i n g u a e c u l t u r a específi-
cas de G a l i c i a e a imposición dun d i s c u r s o ideolóxico c e n t r a d o                   arredor
dunha versión r e a c c i o n a r i a da c u l t u r a castelá. 0 e f e c t o d e s n a c i o n a l i z a
dor dunha política como e s t a nunha formación s o c i a l s i i b o r d i n a d a e d e —
pendente como G a l i c i a , f o i ,      d u r a n t e m o i t o s anos, i r r e p a r a b l e .

    A represión primou o e f e c t o de dominación, e o temor. A destrucción
do a p a r a t o   p r o d u c t i v o , a c r i s e económica d e r i v a d a da g u e r r a , o i l l a m e n
t o , a política autárouica no económico, todo i s t o t r a d u c i u s e nunha es-
caseza x e n e r a l i z a d a para as c l a s e s p o p u l a r e s . Poron os anos da fame, -
as l i b r e t a s de racionamento,            os medidos metros de panos b a s t o s e c o r e s
escuras      eos oue c o n f e c c i o n a r prendas lúgubres e s u f r i d a s .



                             —=-o0o-=—=-o0o-=—=-o0o-=—
2

        MERLIN B FAMILIA: Os mundos r e a l e fantástico a n a l i z a d o s a través
        da v e s t i m e n t a , c o l o r e s , x e s t o s , o b x e c t o s , o l o r e s e sabores.


-.INTRODUCCION.-

    A l v a r o Cunoueiro oninaba oue non sería p o s i b l e v i v i r sen t e r urina -
c e r t a oaásaxe 6 fondo. Referíase Cunoueiro ás cousas c o t i a s oue o a r r o
ñeaban de pequeño: a súa casa, o v a l , algúns aromas e o verde húmido -
dos bosques, t o d a s e s t a s cousas podían saír do espacio c o n c r e t o de Mon
óoñedo e entenderse ó r e s t o de G a l i c i a .

    E v i d e n c i a b a xa e s t e oensamento unha preocupación por t r a n s m i t i r sen
sacións e i d e a s a través dos x e s t o s , as c o l o r e s , os sabores, a r o u p a , /
os o b x e c t o s , e t c . , e i s t o v ^ i s e plasmar no t r a t a m e n t o oue concede a t£
das e s t a s cousas na súa p r i m e i r a n o v e l a en galeno "Merlín e F a m i l i a " a
p a r e c i d a no ano g r i s a l l e n t o de 1.955.

    Nesta obra Cunoueiro              g a l e g u i z a e s p a c i o s e oersonaxes, mestura o
r e a l co i n v e n t a d o facendo c o n v i v i r no pazo de Miranda a r e a l i d a d e do -
mundo de F e l i p e de Amancia co mundo mítico-exótico-prodixioso-fantásti_
co de Merlín. E, p r e c i s a m e n t e , F e l i p e de Amancia o que f o c a l i z a a n a —
rración e Cunoueiro             xoga, xa dende o p r i n c i p i o , coa ambigüidade e o ca
rácter r e a l i s t a do n a r r a d o r mesturando           ficción e r e a l i d a d e .

    Cunoueiro        pretende r e a t a r dramatismo            dos problemas          s o c i a i s e oue es
t e s se dilúan b a i x o as anécdotas inxenuas ou fantásticas oue e l i n v e n -
t a . T r a t a r de e r r a d i c a r a t r i s t e z a e oue a imaxinación, os soños, o                   —
pensamento produzan visións máis a g r a d a b l e s e non t a n c o n v e n c i o n a i s do
mundo. 0 soñó do 'nome, o pensamento, p r o c u r a a l i b e r d a d e do i n d i v i d u o ,
que t e n que superarse a s i mesmo como s e r humano e x i s t e n t e e r e a l , pa-
r a poder desprenderse             das raíces que o a t a n á desesperanza                     ou á t r i s —
tura.
    A defensa do soñó como v e r d a d e i r a r e a l i d a d e h a i ^ue e n t e n d e l a como/
r e f l e x o s o c i o - c u l t u r a l de G a l i c i a . A obra de Cunoueiro i n t i m a co s e r -
máis e s e n c i a l do oaisn.no galego oue está próximo ó mundo do ensoñó, da
maxia e dos p r o d i x i o s .

    Pódese d e d u c i r , por todo i s t o , oue cando se f a i o esbozo biográfi-
                                                                                                     •• • /• • •
co dun paisano galego c r e d o r e máxico, que v i v e o m i s t e r i o sen s o r p r e n
derse e aínda entendéndoo, t e n oue haber, ñor f o r z a , unha s e r i e de t r a
zos fantásticos ou míticos que f a g a n c o n t r a s t e con o u t r o s r e a l i s t a s ou
c o t i a s facendo, xa oue l o g o , p o s i b l e a maxia.



-.VESTIMENTA E COLORES.-

    Polo v i s t o a t a o de agora A l v a r o Cunoueiro v a i proceder a v e s t i r os
personaxes segundo e s t e s p e r t e n z a n ó plano mítico ou ó r e a l .

    H a i que t e r en c o n t a oue cando Cunoueiro e s c r i b e Merlín e F a m i l i a a
sociedade a t r a v e s a por un momento de difícil s u b s i s t e n c i a , de x e i t o             —
oue o acceso a t e a s de c a l i d a d e e de cromatismo v a r i a d o a s i como a ou-
t r o s p r o d u c t o s , oue ooderían c o n s i d e r a r s e de l u x o , e r a moi l i m i t a d o e/
m o i t a s veces unha quimera f r o n t e ás necesidades máis p r i m a r i a s .

    Cunoueiro i d e o u e s t a obra pensando na. xente nue nasaba escaseza,                          o/
que i n t e n t a Cunqueiro é a c h e g a r l l e s a ese mundo de sensacións, oue se-
m e l l a n i n a l c a n z a b l e s , oara oue os l i b e r e , aínda oue sexa       mentalmente,/
da súa a n g u s t i a v i t a l .

    A descrición dos v e s t i a r i o s dos personaxes serve de s i g n o , e s t a b l e -
ce un código oue quere t r a n s m i t i r determinadas definicións sobr- e l e s .
Así temos oue os personaxes míticos van v e s t i d o s con rnoita r i q u e z a ,                     —
t a n t o de c o r e s como de c a l i d a d e , en c o n t r a o o s i o i o n eos nersonaxes do -
plano r e a l dos que a penas se dan d a t o s da ^úa v e s t i m e n t a .

    As c o l o r e s , i g u a l ca v e s t i m e n t a , ademáis de d e f i n i r os nersonaxes -
fantásticos, s e r v e n para marcar un c o n t r a s t e co e s o a c i o r e a l . Un exem-
plo d i s t o podemos v e l o xa na páxina 18 onde Merlín, que v a i no e n t e r r o
dunha señora de M i r a n d a , é d e s c r i t o así:..."iba don Merlín v e s t i d o de/
n e g r o , agás unha g r a n bufanda c o l o r a d a , e xa daouela t i ' i a mi amo a b a r
ba branca"...jnótese n e s t e exemplo oue d e n t r o do e s p a c i o r e a l oue s e —
ría o e n t e r r o onde a xente v a i v e s t i d a con roupa de l o i t o , a f i g u r a de
Merlín, tamén v e s t i d o de n e g r o , destaca.se polo uso da g r a n bufanda co-
l o r a d a , elemento e s t e oue o d i f e r e n c i a do r e s t o da xente e o c o l o c a          —
nun nlano d i f e r e n t e , o fantástico, e s p e c i a l m e n t e p o l a c o r da b u f a n d a . /
Sen embargo, a bufanda é usada como elemento r e a l , ^ u i z a i s irónico,                           —
nue    á vez oue o achega a nos produce un e f e c t o de c o n t r a s t e e n t r e o —
mítico e o pragmático.

      Mesa mesma páxina. 18 vemos unha descrición das m u l l e r e s de Lugo que
v i a e r a n f a c e r o o r a n t o no mesmo e n t e r r o : . . . " i a s máis mozas délas i b a n
                                                                          .
descalzas        de pé e perna"...;podemos comprobar oue e s t a e x i g u a              descri—
ción das m u l l e r e s que f a n o p r a n t o , que son personaxes r e a i s , c o n t r a s -
t a f o r t e m e n t e coa descrición oue se f a i da señora Xenebra na páxina 19:
..."verán e invernó coa súa p e l e r i n a n e g r a mui bordada con abalo iros'.'..
..."En invernó gastaba, m i t o s de lá, e polo verán de fío branco, mui ca
la,do e con froliñas bordadas"...; non h a i dúbida da p e r t e n z a deste p e r
sonaxe ó mundo fantástico polo seu c o n t r a s t e , no x e i t o de v e s t i r ,            coas
m u l l e r e s do o r a n t o .

      A l v a r o Cunoueiro ampárase nun v e s t i a r i o e s p e c i a l para aqueles        per—
sonaxes p e r t e n c e n t e s ó mundo fantástico, é unha roupa f e i t a de t e a s f i
ñas e v a r i a d a s c o l o r e s que t r a n s m i t e n sensacións    táctiles non só c r o -
máticas.

      A roupa u t i l i z a d a polos personaxes do mundo fantástico está d e s c r i -
t a con todo d e t a l l e mentres que dos personaxes do mundo r e a l cose n o n /
sabemos como ían v e s t i d o s .

      Os personaxes r e a i s concéntranse no pazo de Miranda, como                     traballa—
dores e pouco sabemos da súa v e s t i m e n t a :

. 1 . P o r unha p a r t e temos o F e l i p e de Amancia, mozo de pasamán do Sr. -
Merlín; o mesmo F e l i p e , na páxina 18, o f r e c e unha visión do seu l i m i t a
do r o u p e i r o : . . . " a s zocas que gastase    i os remontados de chaqueta e c a l
zón,    a ón de c a t r o nares de medias p o r a n i n o v o ,          dous brancos e dous        —
negros"...        Tamén sabemos que t i n a dúas puchas: unha, nova e unha v e l l a ,
deducimos i s t o polo que d i na. páxina 26:... "Corrín a búscala miña o u —
cha nova"...
      Sen embargo, na páxina 45 atopamos u n v e s t i d o d i f e r e n t e de F e l i p e r /
..."cando eu e s t a b " co meu chaquetón de r i b e t e s , coa pucha nova cunha/
pruma de faisán no corno, i os zapatos                   l i m p o s , " . . . .Hai oue t e r en cori-
t a oue aínda sendo F e l i p e un personaxe do mundo r e a l , tocáronlle v i v i r
momentos e x t r a o r d i n a r i o s como testemuña das ma.xias de Merlín. P o r i s t o
p o d e r l a c o n s i d e r a r s e un personaxe de transición e n t r e o mundo r e a l e o
fantástico que xoga co l e c t o r levándoo dun mundo ó o u t r o .

.2. Logo temos a M a r c e l i n a d e s c r i t a na oáxina 20:..."unha c a m a r e i r a de
obra c e c o r e n t a anos r e g o r d a e p e o u e n e i r a " . . . / . . . "Engalanábase m o i t o -
      í
coas    novidades"...

•3. A Manueliña de C a i r o s na páxina 22:..."nue axudaba na c o c i n a e n o /
t r a t o da casa"...Na páxina 74 d i s e déla e M a r c e l i n a : . . . " e tamén e l a s -
estaban de roupa nova"..., pero non sabemos como é esa roupa e ademáis/
podemos d e d u c i r nue normalmente usaban roupa                 vella.

.4. Xosé do C a i r o é o home dos mandados, o que sabemos d e l é oue l e v a /
unha pucha, polo que d i na páxina 22:..."quitáballe de mala gana a pu-
cha aos c r e g o s " . . .

.5. C a s i l d a : déla diseños na páxina 22 ..." e coidaba a facenda i a                             —
h o r t a " . . . p e r o non sabemos nada da súa roupa.

   En x e r a l o r e s t o dos pe~' sonaxes que v i v e n no pazo de Miranda                 así co-
mo as v i s i t a s que a e l acoden, poderían enmarcarse no mundo fantástico
p o l a s súa,s v e s t i m e n t a s cheas de c o r e s e f e i t a s con t e a s de calid.ade e/
con m o i t o s ornamentos. Vexamos algúns exemplos:

•1« Merlín é d e s c r i t o ó longo da n o v e l a con m o i t o s         detalles:
    - Páxina 29:..."que se t i v e s e botado               oolo Tombo a escraviña de raso'
    - Páxina 37:..."nue se e s o e l l a b a ñas f i v e l a s de p r a t a dos zapatos -
       do señor Merlín"...
    - Páxina 74:..."e tamén i l              se vestirá de morado, coa media m i t r a " . .
       . . . " i ao pescozo o b a b e i r o marelo da P a c u l t a d e " . . .
    - "Páxina 94: . .. "limoando           os a n t e o l l o s co f o r r o de seda do t a b a r d o " .
    - Páxina 103:..."co dobre manto i o s o l i d e o de b o r l a " . . .

.2. Dona. Xenebra:
    - Páxina 19:... "verán e invernó coa súa p e l e r i n a , negra miu bordada
       con a b a l o i r o s " . . . " e n invernó gastaba m i t o s delá, e nolo verán de
       fío branco, mui c a l a d o s e con froliñas                bordadas"...

.3. Xente de i g r e x a na páxina 26:..." i eran de i g o a l v e s t i d o os c a t r o
con grandes chaoeus c o l o r a d o s e dalmáticas marelas como as dos cregos
6
•   •   • ^   m   m   m




na misa, media c o l a i n a escotada, i ao pescozo, i ao v e n t o , unhas c a p i -
ñas c u r t a s c o l o r a d a s coma os chapeus"...
.4. Dama G a l i e l a na páxina 37:..."viña v e s t i d a somentes cunha seda"...
.5. 0 anano do Gástelo de Belvís na oáxina 44:..."traguía posto som
b r e i r o de p a l l a mui b o n i t o , eso s i , cunha grande l a z a d a de t u l r o s a " . . .

.6. 0 c a b a l e i r o Don S i l v e s t r e na oáxina 4 5 : • • . " C a b a l e i r o t o d o de negro
v e s t i d o , de l e v i t a e c h i s t e r a i unha cadea de ouro ao pescozo"...

.7. Dona Simona na páxina 45:..." unha señora que traguía a c a r a cuber
t a por un veu branco e mui mesto, tamén de negro v e s t i d a , agás as l u —
vas brancas, i en cada unha u n c a r a v e l roxo bordado"...(Nótese a c o i n -
c i d e n c i a coas l u v a s brancas con bordad.os de f l o r e s de Dona Xenebra).

.8.0              Sr. TClimas (o a l g a r i b o ) na páxina 58:... "e c h a t o l e i l l e de novas -
os zocos"..."o que máis g r a c i a me facía do Sr. Elimas eran os c a l z o s -
bombachos de paño v e r d e " . . .
          Este oersonaxe             podería e s t a r e n t r e o mundo mítico e r e a l , i g u a l oue
F e l i p e de Amancia, xa que se r e l a c i o n a                 oor unha banda co mundo máxico
de Merlín a través dos obxectos oue l e v a a lombos da súa muía . . . " l i —
b r o s segredos e da a r t e , talismás, amuletos, vosos de ambre i a n t e o l l o s
bós e b a r a t o s " . . . P o l a o u t r a banda chama a atención o uso de zocos.

.9. Don F e l i c e s na páxina 69 e 70:..."Toda a fachenda d i l e r a n f i v e l a s
de p r a t a : traguía unha, na c i n t a verde do s o m b r e i r o , c a t r o oor b o t o s na
chambra,                  m t r a s c a t r o no t a b a r d o , dúas por cada l i g a " . . . " i en cada za-
pato a súa"...

.10. V e l l o v e d r a i o de fermosa barba na páxina 75:.. • "ouitándose'.o som
b r e i r o de dobre               aza"...

.11. L o r d S'veet na páxina 82: ... "botouse d e r r i b a a caoa b e r m e l l a " . . .

.12. Mosiú V e r m e i l na oáxina ^3 e 34:..."e vestía un gabán de oardomon
                                                    :




t e d e s l u s t r a d o " . . . " o o i l o mesmo gabán de pardomonte g a s t a agora, anoue/
o lucíu con s u l a p a s de t e r c i o p e l o de astracán"...

.13. G i o v a n n i de T r e v i s o d'Aragona (duque                 das armadas do Paoa) na oáxi
na 8 5 : . . . " v e s t i d o á f r o l e n t i n a i a c a r a tapada"...

.14. 0 Mouro A l s i r : . . . "gastaba f e z c o l o r a d o , e traguía no na.rís e ñas
o r e l l a s a r o s de p r a t a " . . .
.15. Na páxina 1 0 3 : . . . " s e i s        homiños de menos de c o a r t a l e o n e s a , mui —
v e s t i d o s de verde     e c o l o r a d o , con grandes          sombreiros"...
.16. Dona Teodora (A s i r e a grega) na páxina 113,114,116 e 119:..."con/
longos veus de seda"..."longa f a l d r a i a c i n g u i d a brusa"..."se nuñera/
unha Deleriña de astracán"..."faldra a b e r t a de nano                               merino"...
.17. 0 anano grego na páxina 136:..."homiño de dúas c o a r t a s , v e s t i d o -
co hábito dos b e r n a r d o s " . . .

.18. 0 paxe de Aviñón na páxina 141:..."vestía á p r o e n z a l , de v i v o s C £
l o r e s , i o roupón r o x o , mui f o l g a d o " . . .

.19. A p r i n c e s a A n g l o r na oáxina 142:..."somentes v e s t i d a do seu r u b o r ,
a l o n g a c a b e l e i r a dourada i unha f i t a de ouro na s u f r a x e esouerda"...

.20. Don Esmeraldino da Cámara M e l l o de Lima (Vizconde                                 de R i b e i r i n h a ) ,
na páxina 152:..."Traguía a Braga as modas de París, t a n t o de v e s t i r e
chaleques coma de b a i l e , t a n t o de o e i t e a d o s coma de xogos"...

. 2 1 . A c a n t a n t e C a r l a n a oáxina 1 5 3 : . • • " l o i r a , d e s v e s t i d a e t r i n a d o r a "
. . . " e r a mui dada, a x o i a s " . . .

.22. Marqués de Evora na páxina 155:..."quitándose a c h i s t e r a de t r e s /
fibelas"...

.23. 0 demo Cobillón n a páxina 1 6 3 : . . . " v e s t i d o                 de c a t r o p u n t i l l a s " . . . -
"Cobillón i b a de l e v i t a verde             e Vistonciño de p r a t a , cadea de ouro n o /
chaleque"...

   A v i s t a destas ooucas descricións pódese e s t a b l e c e r unha comparanza
e n t r e a v e s t i m e n t a dos personaxes do mundo r e a l e os do mundo f a n t a s —
tico:
           MUNDO REAL               FRONTE                MUNDO FANTASTICO
           . Zocas                                         . Zaoatos
           . Chaouetas                                     . Gabán, t a b a r d o , caoa.
           . Pucha.                                        . Sorabreiro, c h i s t e r a .

    0 uso dunhas roupas ou r l o u t r a s oon de manifestó a o e r t e n z a a un
mundo de escasos              r e c u r s o s económicos (mundo r e a l ) ou a un mundo de l u
xos no que a pobreza non e x i s t e (mundo fantástico), demais h a i oue en
g a d i r ó mondo r e a l a f a l t a de c o r ñas súas roupas e a n u l a descrición/
dos v e s t i d o s das m u l l e r e s que tampouco l e v a n ornamentos de ningún t i p o .
En contraposición con i s t o no mundo fantástico h a i profusión de adornos
e t i p o s de v e s t i m e n t a , e tamén de c o r e s e o b x e c t o s .
    A pretensión de A. Cunoueiro                  é c a p t a r a atención do l e c t o r para f a -
c e l o cómplice da súa narración, p o r i s o d e s c r i b e un mundo t a n d i s t i n t o
ó r e a l daouela época oero u t i l i z a n d o para c o n t r a s t a r elementos que, non
por c o l o r i s t a s , son menos r e a i s .


-.OS XESTOS.-

    Os x e s t o s tamén son d i f e r e n t e s segundo sexan dos oersonaxes              míticos
ou dos r e a i s . Así temos, por unha banda, que os personaxes míticos t e -
ñen x e s t o s e x q u i s i t o s , case a,ristocráticos, o r o o i o s da súa educación e
a l c u r n i a e manteñen unha d i s t a n c i a ñas súas a c t i v i d a d e s eos personaxes
do mundo r e a l . Están exentos de v u l g a r i d a d e . Vexamos aJLgúns exemplos:
    Dona, Xenebra (páxina 1 9 ) : . . . " t i n a un g r a n andar, i e r a mui g r a c i o s a
de seu no mando, a l g o súpeta eso sí e oor veces s e c a " . . . " p o l a serán sen
tábase no salón, a carón do balcón grande, a b o r d a r nun g r a n paño"... -
.. ."D-^ señorío era...e na c o c i n a non ponía man"...
(páxina 2 0 ) : . . . "subían os hospedes ao salón e bicábanlle a man"...
                                                                 .

    Merlín (páxina 27):..."mi amo e r a mui reoousado                       no comer e mui l i m -
PO, e de c o n t i n u o l a v a b a as mans ao s e n t a r s e á mesa e ao e r g u e r s e " . . . ,
. .. "Pixéronlle os c a t r o ao señor Merlín unha grande r e v e r e n c i a , quitan
dose os chapeus"...

    Dama C a l i e l a (páxina 3 8 ) : • . . " a x e o n l l a d a aos pés do Imperante b i c o u -
l l e a esoora i a man"...

    Dona Simona (páxina 47, M a r c e l i n a f a l a déla):..."a v o z . . . t e n a de —
nena, i os andares           polidos"...

    P o l a o u t r a banda temos que os x e s t o s e o x e i t o de c o n d u c i r s e dos —
personaxes      r e a i s obedecen a leccións a p r e n d i d a s , m o i t a s veces f a s t i d i o
sas e que i n d i c a n un c e r t o grao de submisión á orde e s t a b l e c i d a p o r un
s t a t u s s o c i a l s u p e r i o r . Vexamos uns exemolos:

    M a r c e l i n a (páxina 2 0 ) : . . . " T i n a man de t o d o , dos t r a b a l l o s da casa "
..."Gran f a l a d o r a " . . .

    Manueliña de C a i r o s (páxina 22):..."que                 axudaba na c o c i n a e no t r a -
to    da casa"...

      C a s i l d a (páxina 2 2 ) : . . . " c o i d a b a da facenda i a h o r t a " . . .

      Xosé do P a i r o (páxina 2 1 - 2 2 ) : . . . " i e r a mañoso oara c a l q u e r a r g a l l a -
d a , . . . b u l r e n t o . . . d e s t e m i d o . . . e r a un home calado...ouitáballe de mala -
gana a pucha a.os c r e g o s " . . .

      F e l i p e de Amancia (páxinas 26 e ¿6):..."corrín a búscala miña pucha
nova...porque t i n a mandado que cando había v i s i t a                            saíse con e l a á por-
ta,    p r a poder quítala facendo                  cortesía".../..."lAgárdanos t e u amo! dí-
xome o c a b a l e i r o (Don S i l v e s t r e ) con voz seca e de m o i t o mando.."Bu                          —
o u i t e i m e a pucha, f i x e n a miña cortesía"...
      De x e i t o esquemático sería así:

MUNDO REAL                                             FRONTE                              MUNDO FANTÁSTICO

Mulleresttraballadoras                                                         M u l l e r e s : b o r d a n , son t r a
d e n t r o do f o g a r ( c o c i n a ,                                       t a d a s con d e l i c a d e z a , non
l i m p e z a , e t c . ) , c o i d a d o da                                   ponen man nos t r a b a l l o s /
horta e traballos deriva                                                       da casa,
dos.
Homes: t r a b a l l a d o r e s r u -                                         Homes: educados, formales,
dos e s 'bmisos.
            :                                                                  exercen mando.

  Como c o m e n t a r i o teño oue d i c i r ^ue me asombra a f a l t a de l o i t a , t a n /
sequera de rebeldía, por p a r t e dos personaxes do mundo r e a l perante o
dominio oue exercen os do mundo fantástico.

      Dentro deste a p a r t a d o merece mención á o a r t e os símbolos r e l i x i o s o s
ou litúrxicos que aparecen ó longo da obra e que pensó oue son u t i l i z a
dos por Cunqueiro               oara       achegar o mundo mítico ó mundo r e a l mediante -
situacións e x e s t o s oue son canecidos abondo p o l a s persoas da época na
que f o i e s c r i t o o l i b r o . Algúns exemplos son:
      A s e l v a de Esmelle            ( p a x i n a s 1 4 - 1 5 ) , Merlín    d e s p o i s de poner o mun-
do de c o l o r a z u l : . . . " o señor Merlín sorría namentres secaba a copa con
un paño mouro"...
      Os q u i t a s o l e s i o o u i t a t r e v a     ( Páxina. 2 7 - f a l a n d o do Sr. Merlín):..
.."e de c o n t i n u o l a v a b a as rnans ao s e n t a r s e á mesa i ao e r g u e r s e " . ..
(Páxina 26 f a l a n d o da xente de I g r e x a e r e s p e c t o a súa v e s t i m e n t a d i s e :
..." e dalmáticas marelas como as dos cregos na. misa"...
(páxina 27:..•"abuchóu a boca co d e r r a d e i r o chope de c l a r e t e , dobróu -
10
•   •   •    •   m   •




a s e r v i l l e t a " . . . ( p a r a l e l i s m o co r i t o da Comuñón)...."ala fomos ambos,/
como nunha procesión"...

            A s o l d a d u r a da princ^siña de p r a t a (páxinas 7 3 - 7 4 ) : . . . " e de e n t r a -
da viña un f r a u t i s t a , t o d o v e s t i d o de negro, i aoós d i l un m o n a g u i l l o /
con i n c e n s a i r o , i un dacabalo oue traguía c r u z a l z a d a , e viña t o d o i l /
c u b e r t o con unha capa, do c a p i r o t e morada.../... "o m o n a g u i l l o b o t o u i n -
censó no i n c e n s a i r o e comezóu a i n c e n s a r o áer.../... e tamén i l (Mer-
lín) se vestirá de morado"...

            Este parágrafo parece r e f e r i r s e a unha procesión de Semana Santa                       —
eos seus p e n i t e n t e s i n c l u i d o s . Precisamente a c o r morada serve para                    —
simbolizar a penitencia e o sufrimento.


.-OBXECTOS.-

            Os obxectos teñen m o i t a i m p o r t a n c i a n e s t a obra e son amplamente des
c r i t o s , ó talar         d e l e s fálase de e s p a c i o s fantásticos, descríbense eses
e s p a c i o s que non ooden s e r o u t r o s dado o l u x o s o s oue son. Algúns exem-
p l o s son:
-Páxina 19, Dona Xenebra:..."a b o r d a r nun g r a n paño que i b a envolvendo
a poucos a r r e d o r dunha cana de p r a t a " . . . / . . . " t i v o a n o t i c i a , ( a da morte
do seu home, un grande r e i ) p o r u n corvo cando estaba en Miranda                                proban
do un p e i t e de o u r o " . . .
-Páxina 22, Don Merlín:..." sentado no sillón de v e l u d o v e r d e , l e n d o no
a t r i l os l i b r o s das h i s t o r i a s . . . " . . . " N a g a i o l a de v i d r o asubiaba o e s -
c o r n a b o i , e da redoma do bálsamo de Fierabrás pingaba ñola b i l l a de —
buxo dourado de M o n t e r r o s o , no vasiño de p r a t a , o roxo e perfumado l i -
cor". ..
-Páxina 29, Os q u i t a s o l e s i o q u i t a t r e v a s : . . . " A p a r e c ^ r o n t r e s   grandes
oaraugas, un branco, o u t r o marelo e o u t r o c o l o r a d o , i a cada un fóino
bicando don Merlín no puño, que e r a de ébano o do branco, de p r a t a o
do marelo, e de ouro o do colorado'.'...
-Páxina 36,Leonís o oaxe do Imoerante:..."do                            oue c o l g a b a un puñal de -
v a i n a de p r a t a l a b r a d a " . . .
- Páxina 37, Dama C a l i e l a : . . . " e non traguía máis x o i a oue u n axóuxere
de ouro na s u f r a x e esquerda"...
-Páxina. 43, C a b a l e i r o Don S i l v e s t r e : ... " i unha cadea de ouro ao pesco-
11
• • • y/ • • •

ZO"...

-Páxina 49, Don Merlín ( F e l i p e é o nue n a r r a ) : . . . " e máis b o t e i raoé                    —
na caixiña de            cuncha"...
-Páxina 62, 0 h e r d e i r o da China:..."Regalouma o h e r d e i r o con dúas som-
b r i l l a s , un c o l a r de p a r o l a s , un c a r a c o l de p r a t a e dez uñas de ouro"...
-Páxina 69, O/reló de área:.•."Chegou p o i s don F e l i c e s co seu reló* de -
área, oue e r a unha oeza mui r e q u i n t a d a            de a r t e toledán, con dúas cobras
oor asas, o c r i s t a l do vaso rosado, os oes c a t r o cabezas de anxeliños,
as c o l u n a s semellando viñas mui abondosas en a s i o s , e todo o coronaba/
un e s p e l l o como a uña "do meñioue, montado nunha onza, de ouro de E l Rei
don G a r l o s     III"...

     Nótese       o m a t e r i a l de oue están f e i t o s e s t e s ooucos o b x e c t o s , a p a r e —
cen os metáis p r e c i o s o s       e tamén unha madeira c o n s i d e r a d a como           preciosa,
é evidente         oue e s t a s cousas f e i t a s d e s t e s m a t e r i a i s están fóra do a l -
cance da xente común.
     H a i un obxecto do mundo r e a l que c o n t r a s t a f o r t e m e n t e      eos que a.rriba
se     describen:
-Páxina 25, F e l i p e de Amancia:..." estaba eu á sombra da f i g u e i r a r a —
mona, coa miña na.valliña l a b r a n d o p r a bastón, na t e s t a dunha. cana de -
amieiro"....
      F e l i p e usa un obxecto normal ñas a l d e a s de G a l i c i a , non é un ouñal
con egf&ixc de p r a t a l a b r a d a como a do Leonís (poxe do I m p e r a n t e ) ,              ade-
máis no t r a b a l l o oue está facendo usa unha cana de a m i e i r o , non ébano,
unha árbore oue abonda. ñas b e i r a s dos ríos e que p o l a súa madeira b r a n
da e r a moi usada oara ^acer zocos e o u t r o s o b x e c t o s .

      Un obxecto moi e s p e c i a l aparece na páxina 89 no contó "O/esoello do
mouro": n e l f a l a s e dun e s p e l l o f a s c i n a n t e que non só t i n a a f a c u l t a d e
de a d i v i n a r o o o r v i r senón i n c l u s o de invéntalo. Tanto f o i así oue                  —
Merlín d e c i d i u c r e b a l o en m i l anacos.        Eu vexo n e s t e proceder un c e r t o
medo       de que os personaxes            do mundo r e a l cheguen a saber o que pode -
suceder no f u t u r o , cousa coa que se poderían f a c e r ooderosos                        e i s o é/
a l g o que non i n t e r e s a a quen exerce o poder sobre e l e s , oue son os                        —
personaxes         do mundo fantástico.

      H a i que mencionar         tamén aseólas de nevé que aoarecen na páxina 121
12

en "O v i a x e a "°acios". Neste contó chegan a d e s c r i b i r s e a t a 13 b o l a s -
d i f e r e n t e s , unha na páxina 123 e o u t r a s 12 ñas páxinas 126 e 127. Estas
b o l a s f u n c i o n a n como peouenos mundos pechados e a f a s t a d o s da r e a l i d a d e
c o t i a e r e p r e s e n t a n d i s t i n t a s h i s t o r i a s . H a i unha s e r i e de personaxes/
do mundo r e a l nue s e n t a n ñas e s c a l e i r a s oara v e r cada unha das doce b£
l a s actuando así como se dunha función d^ t e a t r o se t r a t a s e . Estes per
sonaxes r e a i s son e s p e c t a d o r e s , observadores d o u t r a s r e a l i d a d e s ,   inal-
canzables oara e l e s , que f o x e n da súa o r o p i a r e a l i d a d e , e por un i n t r e
poden achegarse         a o u t r o s mundos i m a x i n a r i o s esouecendo o seu.

    No contó da oáxina 136 "0 enano grego" tamén chama a atención a a —
parición durihas u n l l a s dos dedos oeoueniños decoradas                       c m verdadeiras/
historias,      p i n t a d a s con t o d o d e t a l l e . En c e r t o modo r e c o r d a os mundos/
pechados das b o l a s de nevé, o u t r o s mundos d e n t r o do mundo.

    Todos e s t e s obxectos serven de c o n t r a s t e co ambiente r e a l oue c a s e /
é un ambiente oue t e oos que i m a x i n a r os l e c t o r e s porque non está exac-
tamente d e f i n i d o n a r r a t i v a m e n t e , Ounaueiro   supon unha predisposición -
do l e c t o r para o coñecemento da situación r e a l da época por i s o non ne
c e s i t a e s t a b l e c e r parámetros oue i d e n t i f i q u e n ese mundo.


.-SENSACIONS SINESTESICAS.-(Olores e s a b o r e s ) .

    En x e r a l pódese d i c i r ove os sabores e os o l o r e s ós oue alude A. Cun
q u e i r o son a g r a d a b l e s buscando, deste x e i t o , t r a n s p o r t a r a xente c a r a /
a un espacio máis f e l i z e o p t i m i s t a . Nun mundo t a n escuro como o da                       —
p o s t - g u e r r a a escaseza   económica impedía o acceso ós p r o d u c t o s que non
f o s e n de p r i m e i r a necesidade, esa p e m i r i a económica traducíase nunha -
p e n u r i a no " e s t a r " do i n d i v i d u o como consumidor      de bens que ve l i m i t a -
da a súa c o n f o r t a b i l i d a d e e oue i n c l u s o pasa fame, e tamén unha p e n u r i a
no " s e r " máis íntimo da persoa como s e r humano con s e n t i m e n t o s , n e s t e /
caso s e n t i m e n t o s de t r i s t u r a d e r i v a d o s da súa situación económico-social
E s t a t r i s t u r a é precisamente o oue Cunoueiro ouere a f a s t a r da xente a-
mosando cousas g r a t a s ó p a d a l e ó o l f a t o .

    Pódenos v e r algúns           exemplos:
-Páxina 20, F e l i p e de Amencia esnera na p o r t a do salón oermiso oara o-
f r e c e r l l e ó Deán de S a n t i a g o : . . . " u n vasiño de v i n o Getafe con b i s c o i —
/                                                                                                        1 3


t o s r i z a d o s " . . . . ( N e s t e caso un oersonaxe      r e a l , que viñera mercar un                —
crebanoces,        achégase ó mundo fantástico a través das e x o u i s i t e c e s que/
este mundo l i e o f r e c e ) .
-Páxina 22, na descrición do espacio oue ocupa Merlín oara r e c i b i r o s /
hospedes f a l a s e dun:..."roxo             e oerfumado l i c o r " . . . ( e n c o r r e s p o n d e n c i a /
por t a n t o , co espacio           descrito).
-Páxina. 30; tamén coa comida pode achegarnos Ounqueiro                                 á r e a l i d a d e pa-
r a s a l i e n t a r oue os personaxes          do mundo fantástico teñen problemas                        reais.
No contó "Os q u i t a s o l e s i o q u i t a t r e v a s " P e l i o e de Amancia serve ós                  —
hospedes:..."algo            de v i n o e xamón"..., mentres o seu amo aquela as v a -
riñas dos oaraugas •
-Páxina 44, o enano do C A t e l o de Belvís fálalle a Dona Xenebra..."dun
                                        s




perfume novo ^ue l i e chamaban auga f r a n c h i p a n a " . . . e..."Doña Ginebra -
convidaba ao enano con merengada"...;está c l a r o que nunha. ~ociedade                                      —
oue non t e n que comer non h a i cabida, para os perfumes n i n as l a m b e r e t a
das.
-Páxina. 49, F e l i p e de Amancia c o n t a como é o seu almorzó:... "Era o meu
t r a f e g o de cada día, denantes            do desaúno, que en tempo de c e r e i x a s e r a
de c e r e i x a s e oan t r i g o " . . . (Nótese oue, aparentemente,non                    h a i nada exó_
t i c o n e s t e almorzó, non sendo o oan t r i g o , oue aínda sendo agora causa
n o r m a l , na p o s t - g u e r r a e r a u n a r t i g o de l u x o r e s e r v a d o para momentos -
especiáis).
- Páxina 58, F e l i p e lévalle á cama ó señor Elimas:..."o                              chiculate con/
b i s c o i t o " . . . ( E l i m a s , o a l g a r i b o , traíalle óSr. Merlín l i b r o s       segredos/
e o u t r o s obxectos        raros).
-Páxina 6 1 , no contó "Ajbañeira i o de o " d i s e : . . . " e saíra déla un g r a n
                                                            f




de c h e i r o a s o l i o " . . .   (Como é léxico ó nomear o c h e i r o a x o f r e Cunquei
ro pretende c r e a r unha sensación no l e c t o r , xa oue e s t e c h e i r o está. —
v i n c u l a d o i r r e m e d i a b l e m e n t e ó demo e ás cousas diabólicas. Usté o l o r -
desagradable v a i a p a r e c e r , novamente, na oáxina 165 en "A n o v e l a de                             —
Mosiú T a b a r i e " co demo Cobillón:..."e b o t o u l l e mesmo no n a r i z a q u e l                      —
t a n s o t i l unha b a f a r a d a de x o f r e " . . .
-Páxina 69, en "Obrelo de área" don F e l i c e s toma:... "sempre de parva                                    —
papas de a r r a n d a s e c h a n f a i n a asada"...(Nun temoo r e a l no oue a comida
escaseaba r e s u l t a anacrónico que alguén tome parvas deste                               calibre).
- Páxina 74: en "A princesiña de p r a t a " l e s e . . . " i o m o n a g u i l l o a b o t a r
14
• •• / *• •


incensó no i n c e n s a i r o i a, i n c e n s a r    o áer".../..."A se l o r a M a r c e l i n a e/
máis Manoeliña viñeron i e s t r a r o n de r o s a s e f i u n c h o i espadaña o p a —
tín"...(Cunoueiro pretende evocar u n c e r t o r e c o l l e m e n t o               pseudo-relixio
so a través dos o l o r e s , «demois combina este f a c t o r coa c o r morada que
simboliza a penitencia                 e a p r o c e s i o n a l ! d a d e dos nersonaxes oue chegan).
-Páxina 77, no mesmo contó, a n t e s i n d i c a d o , mestre P l u t e e n t r a no esoa
ció r e a l oue é a c o c i n a de i r a n d a onde xanta: . .. "unha e n f a r a g u l l a d a -
                                            ír




de fariña de t r i g o con t o r r e s m o s i unha x a r r a de v i n o de San F i z " . . . e
máis o d i a n t e : ... "recuncéu de e n f a r a n i l l a d a , i. aínda c o r t ^ u na c a r n e , e
media o r e l l a de cocho ° T l e g o " , ( a comida é tínicamente g a l e g a , non é —
                                   :   ;




exética, o oue chama a atoncién é oue é moi abon^osa e ^ue a oersoa                                      —
que come está " q u i t a n d o        a b a r r i g a de mal a n o " ) .
-Páxina 8 1 , no mesmo contó a n t e r i o r a o r i n o e s i r i a como t i n a fame:..."pe_
d i u requesón i ovos moles"...(Aínda oue non sexan cousas r a r a s as oue/
o i d e , s i oue c o n t r a s t a n cunha sociedade na oue n i n sequera h a i pan b r a n
co máis que ñas f e s t a s como auténtico l u x o ) .
-Páxina 105, en "A t r a b e de o u r o " os a n a n o s : . . . " r u l a b a n ñas r o s c a s         —
despóis de remollólas no t o s t a d o " . . . ( A s          r e f e r e n c i a s ós v i n o s e ós d o —
ees e cose c o n s t a n t e      e pensó oue é para e n f a t i z a r a d i f e r e n c i a coa. r e a
lida.de    salega).
-Páxina 1 1 1 , en "A s i r e a grega" F e l i p e c o n t a : . . . " x a t i n a na mesa o c a l
do botado, i e l e r a ben do meu gosto a q u e l caldo de calabazo doce nue/
facía a señora M a r c e l i n a           nolo outono"... (o simóle f e i t o de f a l a r da, -
cabaza doce xa nos t r a n s p o r t a ó outono e rtamén cando F e l i p e continúa -
dicindo:••."cantimáis oue e s t a b a a meu carón oelando                         castañas"...).
-Páxina 112, no mesmo contó h a i un cambio do esoacio do mundo r e a l ó -
fantástico cando "Dona Xenebra acode a b o t a r na t i n a , de auga:..."un no-
mino de a l b a f o r oue recendía a              canela"...
- Páxina 1 2 1 , en " v i a x e a P a c i o s " f a l a s e dun "oonche dobre de r o n " -
                     O           .
como r e c e i t a para b a i x a r a f e b r e .
-Páxina 125 no mesmo contó o Sr. Merlín rece i t a : . . . " u n                     papel de esoíri
t u de sen i un v i n o p u r g a n t e " . . .     e ademáis:..."unha t r i a c a orepósita e
p i l d o r a s de mel s e d a t i v a "    (léxico é o o i s sunoñer oue con este fantást_i
co tratamiento Mosiú Simolóm sande do seu m a l ) .
-Páxina 140 en " enano grego" este f a l a : . . . " d o b r i l o oue l i e daba ó -
                O
                                                                                               • • • /...
15
 • ••   ^ • * •




seu nelo (o oelo da r a t i t a ) a nómada de l e i t e de Armenia da miña o r i n -
cesiña"...( na o o s t - g u e r r a o xabón facíase ñas casas a base de sebo e/
sosa porque os p r o d u c t o s cosméticos ou non os había oivhon estaban é a l
canee dá xente n o r m a l , p o l o que non e r a p o s i b l e a e x i s t e n c i a de t a l e s -
o r o d u c t o s ñas c^sas dara persoas h u m i l d e s ) .
-Páxina 143: en "o paxe de Aviñén" A n g l o r , a o r l n c e s a do río escondida
no paraugas d e i x a este:..."perfumada                    de xazmín i a u g a r r o s a de Genova"...
(aquí Cunoueiro           xoga coa s e n s u a l i d a d e ) .
-Páxina 162, en "A n o v e l a de ^osiú T a b a r i e " aoarece o u t r a vez a "auga/
franchioana"...
-Páxina 163, no mesmo contó:... "Doña                       i;¡,   lori.nda segurábase oue s o i o ven-
teaba r o s a s , auga f r a n c h i p a n a e L i c o r do ^ o l o n a o u e l galán (o demo Co-
•ilion)"...
-Páxina. 164, no mesmo contó, o demo para non d e l a t a r s e : . . . "bañouse e n /
auga franchipata.lavóu os oes con secante de l i r i o ,                             engomóu os r i z o s —
con n i e l de r o s a s , e p r a d i s f r a z a r o alentó, bebéu un f r a s c o de v i n o de
n a r d o " . . . ( t a n t o gasto e x c e s i v o de aromas exéticos xa nos oon en a v i s o /
dun suc e so f a.nt ást i c o ) .


.-CONCLUSION.-

    Tódolos         a p a r t a d o s oue c o n t e n e s t e e s t u d i o non f a n o u t r a cousa que
x i r a r a r r e d o r do mesmo: a d i f e r e n c i a e n t r e o mundo fantástico e o mun-
do r e a l . Cunqueiro u t i l i z a cada un dos elementos aquí expostos para de_
f i n i r eses mundos, sobre t o d o o fantástico p o l o oue t e n de d i f e r e n t e e
i n a l c a n z a b l e . M o i t a s veces e s t e s elementos son usados en combinación e
non só seoaradamente, o oue se busca é c^ear determinadas sensacións -
no l e c t o r :   suavidade d e r i v a d a da t e x t u r a das t e a s , r i q u e z a deriva,da             —
das formas e materia.is dos obxectos p r e c i o s o s , s e n s u a l i d a d e , f a s c i n a —
ción, e t c . , o t e . To^as e s t a s sensacións t r a n s p o r t a n o l e c t o r c a r a ó                —
mundo máxico de Merlín e o u t r o s personaxes míticos onde t o d o parece s e r
p o s i b l e . I s t o o i i - r e d i c i r oue a c a n t i d a d e de c o l o r e s , os v e s t i d o s   am—
píamente d e s c r i t o s , as e x o u i s i t e c e s a l i m e n t i c i a s , os perfumes, e t o d o /
o que dalgún x e i t o non e x i s t e nese momento na sociedade galega da p o s t -
- g u e r r a , s e r v e n de elementos t r a n s p o r t a d o r e s dun mundo ó o u t r o , onde a
                                                                                                        • • •/ •• •
16
        /
• • •
         •. .
mente de cada l e c t o r está en f r a n c a confabulación coa do e s c r i t o r oue,
á súa v e z , a e s t i m u l a .

   0 oue quere Cunqueiro              é que a xente se l i b e r e da t r i s t e z a a través -
da fantasía, dunha r e a l i d a d e i n v e n t a d a , do soñó, do i r r e a l pero                    irreal
verosímil ( h a i oue t e r en c o n t a que os personaxes                       do mundo fantástico/
adoitan         t e r problemas     r e a i s . e , xa que l o g o , a c e p t a b l e s e c o m p r e n s i b l e s )
Quere d i c i r con i s t o que oode l o g r a r s e un mundo m e l l o r , que h a i e s o e —
r a n z a , oue non sempre haberá escaseza e oue tamén é p o s i b l e a l i b e r d a -
de xa que e x i s t e o pensamento e e s t e é l i b r e e l i b e r a d o r .

        H a i unha fro.se de Cunoueiro           que me g u s t a e s n e c i a l m e n t e e coa oue           —
quero pechar e s t e t r a b a l l o porque         creo oue resume o a n t e r i o r :

             ..." E ó r e m a t a r de 1 e r o seu e s t u d i o , eu f i c o como o p r e s t i d i
x i t a d o r a quen l i e s o r p r e n d e r o n o t r u c o , que en d e f i n i t i v a o que p r e —
tendía e r a o u t r a r e a l i d a d e , a máxica, que t a n t a s veces é a única que -
ve o home."...




                              .=oOo=.-.=oOo=.=oOo=.
17




   B I B L I O G R A F I A               -.

• Merlín e f a m i l i a ; A l v a r o Cunoueiro; E d i t o r i a l G a l a x i a , 7- edición/86
. Fantasía e r e a l i d a d e : Merlín e f a m i l i a ; Ana María Spitzmesser,                        mono-
  gráfico       "0 mundo de Cunoueiro" - E d i t . "A Nosa                     T e r r a " , 25-11-91.
• A l v a r o Cunnueiro e Merlín e f a m i l i a ; Xoán González-Millán; E d i t o r i a l
  G a l a x i a , Agora; 1.991»
. Guía, de l e c t u r a "Os o u t r o s f e i r a n t e s " p o r Rexina Rodríguez Vega; E d i
cións do cumio; 1.992.
. La, fantasía lúdica de A l v a r o Cunoueiro; Diego Martínez Torrón; E d i —
  cións do C a s t r o ; 1.980.
• A l v a r o Cunoueiro ou os d i s f r a c e s da melancolía; Anxo Tarrío; E d i t o —
  r i a l G a l a x i a , Agrá    aberta;1.989.
. " E l franquismo        en Galicia";Ramón Maíz ( P r o f e s o r T i t u l a r de C i e n c i a s /
  Políticas da U n i v e r s i d a d e    de S a n t i a g o ) ; H i s t o r i a de G a l i c i a E d i t .   —
  Faro de Vigo; 1.991.


                                 OoOoOoüoüoOoOoOoOoOoOo
                                 oOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoO

More Related Content

Achegamento ó mundo real e fantástico na obra merlín e familia- de álvaro cunqueiro

  • 1. A C H E 6 A M E N T O Ó MUNDO R E A L E FANTÁSTICO NA O B R A "MERLÍN E F A M I L I A " D E A L V A R O CUNQUEIRO. por MARlA VILLAR PORTAS
  • 2. 1 PANORAMA SOOIO-POLÍTICO NA GALICIA DA POST-GUERRA» Na orde i n s t i t u c i o n a l o Estado do 18 de X u l l o c o n f i g u r o u s e como " i n s t r u m e n t o t o t a l i t a r i o ó s e r v i c i o da unidade da P a t r i a " . En coheren- c i a con i s t o , procedeuse á liquidación de todo v e s t i x i o a u t o n o m i s t a , - desmotando a unidade política das rexións e potenciándose ó máximo a - P r o v i n c i a ó f r o n t e da aue se ntopaba u n Gobernador G i v i l oue ademáis - e r a o x e f e p r o v i n c i a l do Movemento, a función máis r e l e v a n t e do c a l e- r a o mantemento da orde pública. A través da ideoloxía da "sagrada unidade da P a t r i a " procederíase - a i m p l a n t a r urina política extremadamente u n i f o r m a d o r a , imposta b a i x o - coacción, d e s t i n a d a a b o r r a r todo signo e x t e r n o de i d e n t i d a d e ñas n a — c i o n a l i d a d e s históricas. E s t a s prácticas prolongáronse nos e i d o s cultu r a l e ideolóxico mediante a proscripción da l i n g u a e c u l t u r a específi- cas de G a l i c i a e a imposición dun d i s c u r s o ideolóxico c e n t r a d o arredor dunha versión r e a c c i o n a r i a da c u l t u r a castelá. 0 e f e c t o d e s n a c i o n a l i z a dor dunha política como e s t a nunha formación s o c i a l s i i b o r d i n a d a e d e — pendente como G a l i c i a , f o i , d u r a n t e m o i t o s anos, i r r e p a r a b l e . A represión primou o e f e c t o de dominación, e o temor. A destrucción do a p a r a t o p r o d u c t i v o , a c r i s e económica d e r i v a d a da g u e r r a , o i l l a m e n t o , a política autárouica no económico, todo i s t o t r a d u c i u s e nunha es- caseza x e n e r a l i z a d a para as c l a s e s p o p u l a r e s . Poron os anos da fame, - as l i b r e t a s de racionamento, os medidos metros de panos b a s t o s e c o r e s escuras eos oue c o n f e c c i o n a r prendas lúgubres e s u f r i d a s . —=-o0o-=—=-o0o-=—=-o0o-=—
  • 3. 2 MERLIN B FAMILIA: Os mundos r e a l e fantástico a n a l i z a d o s a través da v e s t i m e n t a , c o l o r e s , x e s t o s , o b x e c t o s , o l o r e s e sabores. -.INTRODUCCION.- A l v a r o Cunoueiro oninaba oue non sería p o s i b l e v i v i r sen t e r urina - c e r t a oaásaxe 6 fondo. Referíase Cunoueiro ás cousas c o t i a s oue o a r r o ñeaban de pequeño: a súa casa, o v a l , algúns aromas e o verde húmido - dos bosques, t o d a s e s t a s cousas podían saír do espacio c o n c r e t o de Mon óoñedo e entenderse ó r e s t o de G a l i c i a . E v i d e n c i a b a xa e s t e oensamento unha preocupación por t r a n s m i t i r sen sacións e i d e a s a través dos x e s t o s , as c o l o r e s , os sabores, a r o u p a , / os o b x e c t o s , e t c . , e i s t o v ^ i s e plasmar no t r a t a m e n t o oue concede a t£ das e s t a s cousas na súa p r i m e i r a n o v e l a en galeno "Merlín e F a m i l i a " a p a r e c i d a no ano g r i s a l l e n t o de 1.955. Nesta obra Cunoueiro g a l e g u i z a e s p a c i o s e oersonaxes, mestura o r e a l co i n v e n t a d o facendo c o n v i v i r no pazo de Miranda a r e a l i d a d e do - mundo de F e l i p e de Amancia co mundo mítico-exótico-prodixioso-fantásti_ co de Merlín. E, p r e c i s a m e n t e , F e l i p e de Amancia o que f o c a l i z a a n a — rración e Cunoueiro xoga, xa dende o p r i n c i p i o , coa ambigüidade e o ca rácter r e a l i s t a do n a r r a d o r mesturando ficción e r e a l i d a d e . Cunoueiro pretende r e a t a r dramatismo dos problemas s o c i a i s e oue es t e s se dilúan b a i x o as anécdotas inxenuas ou fantásticas oue e l i n v e n - t a . T r a t a r de e r r a d i c a r a t r i s t e z a e oue a imaxinación, os soños, o — pensamento produzan visións máis a g r a d a b l e s e non t a n c o n v e n c i o n a i s do mundo. 0 soñó do 'nome, o pensamento, p r o c u r a a l i b e r d a d e do i n d i v i d u o , que t e n que superarse a s i mesmo como s e r humano e x i s t e n t e e r e a l , pa- r a poder desprenderse das raíces que o a t a n á desesperanza ou á t r i s — tura. A defensa do soñó como v e r d a d e i r a r e a l i d a d e h a i ^ue e n t e n d e l a como/ r e f l e x o s o c i o - c u l t u r a l de G a l i c i a . A obra de Cunoueiro i n t i m a co s e r - máis e s e n c i a l do oaisn.no galego oue está próximo ó mundo do ensoñó, da maxia e dos p r o d i x i o s . Pódese d e d u c i r , por todo i s t o , oue cando se f a i o esbozo biográfi- •• • /• • •
  • 4. co dun paisano galego c r e d o r e máxico, que v i v e o m i s t e r i o sen s o r p r e n derse e aínda entendéndoo, t e n oue haber, ñor f o r z a , unha s e r i e de t r a zos fantásticos ou míticos que f a g a n c o n t r a s t e con o u t r o s r e a l i s t a s ou c o t i a s facendo, xa oue l o g o , p o s i b l e a maxia. -.VESTIMENTA E COLORES.- Polo v i s t o a t a o de agora A l v a r o Cunoueiro v a i proceder a v e s t i r os personaxes segundo e s t e s p e r t e n z a n ó plano mítico ou ó r e a l . H a i que t e r en c o n t a oue cando Cunoueiro e s c r i b e Merlín e F a m i l i a a sociedade a t r a v e s a por un momento de difícil s u b s i s t e n c i a , de x e i t o — oue o acceso a t e a s de c a l i d a d e e de cromatismo v a r i a d o a s i como a ou- t r o s p r o d u c t o s , oue ooderían c o n s i d e r a r s e de l u x o , e r a moi l i m i t a d o e/ m o i t a s veces unha quimera f r o n t e ás necesidades máis p r i m a r i a s . Cunoueiro i d e o u e s t a obra pensando na. xente nue nasaba escaseza, o/ que i n t e n t a Cunqueiro é a c h e g a r l l e s a ese mundo de sensacións, oue se- m e l l a n i n a l c a n z a b l e s , oara oue os l i b e r e , aínda oue sexa mentalmente,/ da súa a n g u s t i a v i t a l . A descrición dos v e s t i a r i o s dos personaxes serve de s i g n o , e s t a b l e - ce un código oue quere t r a n s m i t i r determinadas definicións sobr- e l e s . Así temos oue os personaxes míticos van v e s t i d o s con rnoita r i q u e z a , — t a n t o de c o r e s como de c a l i d a d e , en c o n t r a o o s i o i o n eos nersonaxes do - plano r e a l dos que a penas se dan d a t o s da ^úa v e s t i m e n t a . As c o l o r e s , i g u a l ca v e s t i m e n t a , ademáis de d e f i n i r os nersonaxes - fantásticos, s e r v e n para marcar un c o n t r a s t e co e s o a c i o r e a l . Un exem- plo d i s t o podemos v e l o xa na páxina 18 onde Merlín, que v a i no e n t e r r o dunha señora de M i r a n d a , é d e s c r i t o así:..."iba don Merlín v e s t i d o de/ n e g r o , agás unha g r a n bufanda c o l o r a d a , e xa daouela t i ' i a mi amo a b a r ba branca"...jnótese n e s t e exemplo oue d e n t r o do e s p a c i o r e a l oue s e — ría o e n t e r r o onde a xente v a i v e s t i d a con roupa de l o i t o , a f i g u r a de Merlín, tamén v e s t i d o de n e g r o , destaca.se polo uso da g r a n bufanda co- l o r a d a , elemento e s t e oue o d i f e r e n c i a do r e s t o da xente e o c o l o c a — nun nlano d i f e r e n t e , o fantástico, e s p e c i a l m e n t e p o l a c o r da b u f a n d a . / Sen embargo, a bufanda é usada como elemento r e a l , ^ u i z a i s irónico, —
  • 5. nue á vez oue o achega a nos produce un e f e c t o de c o n t r a s t e e n t r e o — mítico e o pragmático. Mesa mesma páxina. 18 vemos unha descrición das m u l l e r e s de Lugo que v i a e r a n f a c e r o o r a n t o no mesmo e n t e r r o : . . . " i a s máis mozas délas i b a n . descalzas de pé e perna"...;podemos comprobar oue e s t a e x i g u a descri— ción das m u l l e r e s que f a n o p r a n t o , que son personaxes r e a i s , c o n t r a s - t a f o r t e m e n t e coa descrición oue se f a i da señora Xenebra na páxina 19: ..."verán e invernó coa súa p e l e r i n a n e g r a mui bordada con abalo iros'.'.. ..."En invernó gastaba, m i t o s de lá, e polo verán de fío branco, mui ca la,do e con froliñas bordadas"...; non h a i dúbida da p e r t e n z a deste p e r sonaxe ó mundo fantástico polo seu c o n t r a s t e , no x e i t o de v e s t i r , coas m u l l e r e s do o r a n t o . A l v a r o Cunoueiro ampárase nun v e s t i a r i o e s p e c i a l para aqueles per— sonaxes p e r t e n c e n t e s ó mundo fantástico, é unha roupa f e i t a de t e a s f i ñas e v a r i a d a s c o l o r e s que t r a n s m i t e n sensacións táctiles non só c r o - máticas. A roupa u t i l i z a d a polos personaxes do mundo fantástico está d e s c r i - t a con todo d e t a l l e mentres que dos personaxes do mundo r e a l cose n o n / sabemos como ían v e s t i d o s . Os personaxes r e a i s concéntranse no pazo de Miranda, como traballa— dores e pouco sabemos da súa v e s t i m e n t a : . 1 . P o r unha p a r t e temos o F e l i p e de Amancia, mozo de pasamán do Sr. - Merlín; o mesmo F e l i p e , na páxina 18, o f r e c e unha visión do seu l i m i t a do r o u p e i r o : . . . " a s zocas que gastase i os remontados de chaqueta e c a l zón, a ón de c a t r o nares de medias p o r a n i n o v o , dous brancos e dous — negros"... Tamén sabemos que t i n a dúas puchas: unha, nova e unha v e l l a , deducimos i s t o polo que d i na. páxina 26:... "Corrín a búscala miña o u — cha nova"... Sen embargo, na páxina 45 atopamos u n v e s t i d o d i f e r e n t e de F e l i p e r / ..."cando eu e s t a b " co meu chaquetón de r i b e t e s , coa pucha nova cunha/ pruma de faisán no corno, i os zapatos l i m p o s , " . . . .Hai oue t e r en cori- t a oue aínda sendo F e l i p e un personaxe do mundo r e a l , tocáronlle v i v i r momentos e x t r a o r d i n a r i o s como testemuña das ma.xias de Merlín. P o r i s t o
  • 6. p o d e r l a c o n s i d e r a r s e un personaxe de transición e n t r e o mundo r e a l e o fantástico que xoga co l e c t o r levándoo dun mundo ó o u t r o . .2. Logo temos a M a r c e l i n a d e s c r i t a na oáxina 20:..."unha c a m a r e i r a de obra c e c o r e n t a anos r e g o r d a e p e o u e n e i r a " . . . / . . . "Engalanábase m o i t o - í coas novidades"... •3. A Manueliña de C a i r o s na páxina 22:..."nue axudaba na c o c i n a e n o / t r a t o da casa"...Na páxina 74 d i s e déla e M a r c e l i n a : . . . " e tamén e l a s - estaban de roupa nova"..., pero non sabemos como é esa roupa e ademáis/ podemos d e d u c i r nue normalmente usaban roupa vella. .4. Xosé do C a i r o é o home dos mandados, o que sabemos d e l é oue l e v a / unha pucha, polo que d i na páxina 22:..."quitáballe de mala gana a pu- cha aos c r e g o s " . . . .5. C a s i l d a : déla diseños na páxina 22 ..." e coidaba a facenda i a — h o r t a " . . . p e r o non sabemos nada da súa roupa. En x e r a l o r e s t o dos pe~' sonaxes que v i v e n no pazo de Miranda así co- mo as v i s i t a s que a e l acoden, poderían enmarcarse no mundo fantástico p o l a s súa,s v e s t i m e n t a s cheas de c o r e s e f e i t a s con t e a s de calid.ade e/ con m o i t o s ornamentos. Vexamos algúns exemplos: •1« Merlín é d e s c r i t o ó longo da n o v e l a con m o i t o s detalles: - Páxina 29:..."que se t i v e s e botado oolo Tombo a escraviña de raso' - Páxina 37:..."nue se e s o e l l a b a ñas f i v e l a s de p r a t a dos zapatos - do señor Merlín"... - Páxina 74:..."e tamén i l se vestirá de morado, coa media m i t r a " . . . . . " i ao pescozo o b a b e i r o marelo da P a c u l t a d e " . . . - "Páxina 94: . .. "limoando os a n t e o l l o s co f o r r o de seda do t a b a r d o " . - Páxina 103:..."co dobre manto i o s o l i d e o de b o r l a " . . . .2. Dona. Xenebra: - Páxina 19:... "verán e invernó coa súa p e l e r i n a , negra miu bordada con a b a l o i r o s " . . . " e n invernó gastaba m i t o s delá, e nolo verán de fío branco, mui c a l a d o s e con froliñas bordadas"... .3. Xente de i g r e x a na páxina 26:..." i eran de i g o a l v e s t i d o os c a t r o con grandes chaoeus c o l o r a d o s e dalmáticas marelas como as dos cregos
  • 7. 6 • • • ^ m m m na misa, media c o l a i n a escotada, i ao pescozo, i ao v e n t o , unhas c a p i - ñas c u r t a s c o l o r a d a s coma os chapeus"... .4. Dama G a l i e l a na páxina 37:..."viña v e s t i d a somentes cunha seda"... .5. 0 anano do Gástelo de Belvís na oáxina 44:..."traguía posto som b r e i r o de p a l l a mui b o n i t o , eso s i , cunha grande l a z a d a de t u l r o s a " . . . .6. 0 c a b a l e i r o Don S i l v e s t r e na oáxina 4 5 : • • . " C a b a l e i r o t o d o de negro v e s t i d o , de l e v i t a e c h i s t e r a i unha cadea de ouro ao pescozo"... .7. Dona Simona na páxina 45:..." unha señora que traguía a c a r a cuber t a por un veu branco e mui mesto, tamén de negro v e s t i d a , agás as l u — vas brancas, i en cada unha u n c a r a v e l roxo bordado"...(Nótese a c o i n - c i d e n c i a coas l u v a s brancas con bordad.os de f l o r e s de Dona Xenebra). .8.0 Sr. TClimas (o a l g a r i b o ) na páxina 58:... "e c h a t o l e i l l e de novas - os zocos"..."o que máis g r a c i a me facía do Sr. Elimas eran os c a l z o s - bombachos de paño v e r d e " . . . Este oersonaxe podería e s t a r e n t r e o mundo mítico e r e a l , i g u a l oue F e l i p e de Amancia, xa que se r e l a c i o n a oor unha banda co mundo máxico de Merlín a través dos obxectos oue l e v a a lombos da súa muía . . . " l i — b r o s segredos e da a r t e , talismás, amuletos, vosos de ambre i a n t e o l l o s bós e b a r a t o s " . . . P o l a o u t r a banda chama a atención o uso de zocos. .9. Don F e l i c e s na páxina 69 e 70:..."Toda a fachenda d i l e r a n f i v e l a s de p r a t a : traguía unha, na c i n t a verde do s o m b r e i r o , c a t r o oor b o t o s na chambra, m t r a s c a t r o no t a b a r d o , dúas por cada l i g a " . . . " i en cada za- pato a súa"... .10. V e l l o v e d r a i o de fermosa barba na páxina 75:.. • "ouitándose'.o som b r e i r o de dobre aza"... .11. L o r d S'veet na páxina 82: ... "botouse d e r r i b a a caoa b e r m e l l a " . . . .12. Mosiú V e r m e i l na oáxina ^3 e 34:..."e vestía un gabán de oardomon : t e d e s l u s t r a d o " . . . " o o i l o mesmo gabán de pardomonte g a s t a agora, anoue/ o lucíu con s u l a p a s de t e r c i o p e l o de astracán"... .13. G i o v a n n i de T r e v i s o d'Aragona (duque das armadas do Paoa) na oáxi na 8 5 : . . . " v e s t i d o á f r o l e n t i n a i a c a r a tapada"... .14. 0 Mouro A l s i r : . . . "gastaba f e z c o l o r a d o , e traguía no na.rís e ñas o r e l l a s a r o s de p r a t a " . . .
  • 8. .15. Na páxina 1 0 3 : . . . " s e i s homiños de menos de c o a r t a l e o n e s a , mui — v e s t i d o s de verde e c o l o r a d o , con grandes sombreiros"... .16. Dona Teodora (A s i r e a grega) na páxina 113,114,116 e 119:..."con/ longos veus de seda"..."longa f a l d r a i a c i n g u i d a brusa"..."se nuñera/ unha Deleriña de astracán"..."faldra a b e r t a de nano merino"... .17. 0 anano grego na páxina 136:..."homiño de dúas c o a r t a s , v e s t i d o - co hábito dos b e r n a r d o s " . . . .18. 0 paxe de Aviñón na páxina 141:..."vestía á p r o e n z a l , de v i v o s C £ l o r e s , i o roupón r o x o , mui f o l g a d o " . . . .19. A p r i n c e s a A n g l o r na oáxina 142:..."somentes v e s t i d a do seu r u b o r , a l o n g a c a b e l e i r a dourada i unha f i t a de ouro na s u f r a x e esouerda"... .20. Don Esmeraldino da Cámara M e l l o de Lima (Vizconde de R i b e i r i n h a ) , na páxina 152:..."Traguía a Braga as modas de París, t a n t o de v e s t i r e chaleques coma de b a i l e , t a n t o de o e i t e a d o s coma de xogos"... . 2 1 . A c a n t a n t e C a r l a n a oáxina 1 5 3 : . • • " l o i r a , d e s v e s t i d a e t r i n a d o r a " . . . " e r a mui dada, a x o i a s " . . . .22. Marqués de Evora na páxina 155:..."quitándose a c h i s t e r a de t r e s / fibelas"... .23. 0 demo Cobillón n a páxina 1 6 3 : . . . " v e s t i d o de c a t r o p u n t i l l a s " . . . - "Cobillón i b a de l e v i t a verde e Vistonciño de p r a t a , cadea de ouro n o / chaleque"... A v i s t a destas ooucas descricións pódese e s t a b l e c e r unha comparanza e n t r e a v e s t i m e n t a dos personaxes do mundo r e a l e os do mundo f a n t a s — tico: MUNDO REAL FRONTE MUNDO FANTASTICO . Zocas . Zaoatos . Chaouetas . Gabán, t a b a r d o , caoa. . Pucha. . Sorabreiro, c h i s t e r a . 0 uso dunhas roupas ou r l o u t r a s oon de manifestó a o e r t e n z a a un mundo de escasos r e c u r s o s económicos (mundo r e a l ) ou a un mundo de l u xos no que a pobreza non e x i s t e (mundo fantástico), demais h a i oue en g a d i r ó mondo r e a l a f a l t a de c o r ñas súas roupas e a n u l a descrición/ dos v e s t i d o s das m u l l e r e s que tampouco l e v a n ornamentos de ningún t i p o .
  • 9. En contraposición con i s t o no mundo fantástico h a i profusión de adornos e t i p o s de v e s t i m e n t a , e tamén de c o r e s e o b x e c t o s . A pretensión de A. Cunoueiro é c a p t a r a atención do l e c t o r para f a - c e l o cómplice da súa narración, p o r i s o d e s c r i b e un mundo t a n d i s t i n t o ó r e a l daouela época oero u t i l i z a n d o para c o n t r a s t a r elementos que, non por c o l o r i s t a s , son menos r e a i s . -.OS XESTOS.- Os x e s t o s tamén son d i f e r e n t e s segundo sexan dos oersonaxes míticos ou dos r e a i s . Así temos, por unha banda, que os personaxes míticos t e - ñen x e s t o s e x q u i s i t o s , case a,ristocráticos, o r o o i o s da súa educación e a l c u r n i a e manteñen unha d i s t a n c i a ñas súas a c t i v i d a d e s eos personaxes do mundo r e a l . Están exentos de v u l g a r i d a d e . Vexamos aJLgúns exemplos: Dona, Xenebra (páxina 1 9 ) : . . . " t i n a un g r a n andar, i e r a mui g r a c i o s a de seu no mando, a l g o súpeta eso sí e oor veces s e c a " . . . " p o l a serán sen tábase no salón, a carón do balcón grande, a b o r d a r nun g r a n paño"... - .. ."D-^ señorío era...e na c o c i n a non ponía man"... (páxina 2 0 ) : . . . "subían os hospedes ao salón e bicábanlle a man"... . Merlín (páxina 27):..."mi amo e r a mui reoousado no comer e mui l i m - PO, e de c o n t i n u o l a v a b a as mans ao s e n t a r s e á mesa e ao e r g u e r s e " . . . , . .. "Pixéronlle os c a t r o ao señor Merlín unha grande r e v e r e n c i a , quitan dose os chapeus"... Dama C a l i e l a (páxina 3 8 ) : • . . " a x e o n l l a d a aos pés do Imperante b i c o u - l l e a esoora i a man"... Dona Simona (páxina 47, M a r c e l i n a f a l a déla):..."a v o z . . . t e n a de — nena, i os andares polidos"... P o l a o u t r a banda temos que os x e s t o s e o x e i t o de c o n d u c i r s e dos — personaxes r e a i s obedecen a leccións a p r e n d i d a s , m o i t a s veces f a s t i d i o sas e que i n d i c a n un c e r t o grao de submisión á orde e s t a b l e c i d a p o r un s t a t u s s o c i a l s u p e r i o r . Vexamos uns exemolos: M a r c e l i n a (páxina 2 0 ) : . . . " T i n a man de t o d o , dos t r a b a l l o s da casa " ..."Gran f a l a d o r a " . . . Manueliña de C a i r o s (páxina 22):..."que axudaba na c o c i n a e no t r a -
  • 10. to da casa"... C a s i l d a (páxina 2 2 ) : . . . " c o i d a b a da facenda i a h o r t a " . . . Xosé do P a i r o (páxina 2 1 - 2 2 ) : . . . " i e r a mañoso oara c a l q u e r a r g a l l a - d a , . . . b u l r e n t o . . . d e s t e m i d o . . . e r a un home calado...ouitáballe de mala - gana a pucha a.os c r e g o s " . . . F e l i p e de Amancia (páxinas 26 e ¿6):..."corrín a búscala miña pucha nova...porque t i n a mandado que cando había v i s i t a saíse con e l a á por- ta, p r a poder quítala facendo cortesía".../..."lAgárdanos t e u amo! dí- xome o c a b a l e i r o (Don S i l v e s t r e ) con voz seca e de m o i t o mando.."Bu — o u i t e i m e a pucha, f i x e n a miña cortesía"... De x e i t o esquemático sería así: MUNDO REAL FRONTE MUNDO FANTÁSTICO Mulleresttraballadoras M u l l e r e s : b o r d a n , son t r a d e n t r o do f o g a r ( c o c i n a , t a d a s con d e l i c a d e z a , non l i m p e z a , e t c . ) , c o i d a d o da ponen man nos t r a b a l l o s / horta e traballos deriva da casa, dos. Homes: t r a b a l l a d o r e s r u - Homes: educados, formales, dos e s 'bmisos. : exercen mando. Como c o m e n t a r i o teño oue d i c i r ^ue me asombra a f a l t a de l o i t a , t a n / sequera de rebeldía, por p a r t e dos personaxes do mundo r e a l perante o dominio oue exercen os do mundo fantástico. Dentro deste a p a r t a d o merece mención á o a r t e os símbolos r e l i x i o s o s ou litúrxicos que aparecen ó longo da obra e que pensó oue son u t i l i z a dos por Cunqueiro oara achegar o mundo mítico ó mundo r e a l mediante - situacións e x e s t o s oue son canecidos abondo p o l a s persoas da época na que f o i e s c r i t o o l i b r o . Algúns exemplos son: A s e l v a de Esmelle ( p a x i n a s 1 4 - 1 5 ) , Merlín d e s p o i s de poner o mun- do de c o l o r a z u l : . . . " o señor Merlín sorría namentres secaba a copa con un paño mouro"... Os q u i t a s o l e s i o o u i t a t r e v a ( Páxina. 2 7 - f a l a n d o do Sr. Merlín):.. .."e de c o n t i n u o l a v a b a as rnans ao s e n t a r s e á mesa i ao e r g u e r s e " . .. (Páxina 26 f a l a n d o da xente de I g r e x a e r e s p e c t o a súa v e s t i m e n t a d i s e : ..." e dalmáticas marelas como as dos cregos na. misa"... (páxina 27:..•"abuchóu a boca co d e r r a d e i r o chope de c l a r e t e , dobróu -
  • 11. 10 • • • • m • a s e r v i l l e t a " . . . ( p a r a l e l i s m o co r i t o da Comuñón)...."ala fomos ambos,/ como nunha procesión"... A s o l d a d u r a da princ^siña de p r a t a (páxinas 7 3 - 7 4 ) : . . . " e de e n t r a - da viña un f r a u t i s t a , t o d o v e s t i d o de negro, i aoós d i l un m o n a g u i l l o / con i n c e n s a i r o , i un dacabalo oue traguía c r u z a l z a d a , e viña t o d o i l / c u b e r t o con unha capa, do c a p i r o t e morada.../... "o m o n a g u i l l o b o t o u i n - censó no i n c e n s a i r o e comezóu a i n c e n s a r o áer.../... e tamén i l (Mer- lín) se vestirá de morado"... Este parágrafo parece r e f e r i r s e a unha procesión de Semana Santa — eos seus p e n i t e n t e s i n c l u i d o s . Precisamente a c o r morada serve para — simbolizar a penitencia e o sufrimento. .-OBXECTOS.- Os obxectos teñen m o i t a i m p o r t a n c i a n e s t a obra e son amplamente des c r i t o s , ó talar d e l e s fálase de e s p a c i o s fantásticos, descríbense eses e s p a c i o s que non ooden s e r o u t r o s dado o l u x o s o s oue son. Algúns exem- p l o s son: -Páxina 19, Dona Xenebra:..."a b o r d a r nun g r a n paño que i b a envolvendo a poucos a r r e d o r dunha cana de p r a t a " . . . / . . . " t i v o a n o t i c i a , ( a da morte do seu home, un grande r e i ) p o r u n corvo cando estaba en Miranda proban do un p e i t e de o u r o " . . . -Páxina 22, Don Merlín:..." sentado no sillón de v e l u d o v e r d e , l e n d o no a t r i l os l i b r o s das h i s t o r i a s . . . " . . . " N a g a i o l a de v i d r o asubiaba o e s - c o r n a b o i , e da redoma do bálsamo de Fierabrás pingaba ñola b i l l a de — buxo dourado de M o n t e r r o s o , no vasiño de p r a t a , o roxo e perfumado l i - cor". .. -Páxina 29, Os q u i t a s o l e s i o q u i t a t r e v a s : . . . " A p a r e c ^ r o n t r e s grandes oaraugas, un branco, o u t r o marelo e o u t r o c o l o r a d o , i a cada un fóino bicando don Merlín no puño, que e r a de ébano o do branco, de p r a t a o do marelo, e de ouro o do colorado'.'... -Páxina 36,Leonís o oaxe do Imoerante:..."do oue c o l g a b a un puñal de - v a i n a de p r a t a l a b r a d a " . . . - Páxina 37, Dama C a l i e l a : . . . " e non traguía máis x o i a oue u n axóuxere de ouro na s u f r a x e esquerda"... -Páxina. 43, C a b a l e i r o Don S i l v e s t r e : ... " i unha cadea de ouro ao pesco-
  • 12. 11 • • • y/ • • • ZO"... -Páxina 49, Don Merlín ( F e l i p e é o nue n a r r a ) : . . . " e máis b o t e i raoé — na caixiña de cuncha"... -Páxina 62, 0 h e r d e i r o da China:..."Regalouma o h e r d e i r o con dúas som- b r i l l a s , un c o l a r de p a r o l a s , un c a r a c o l de p r a t a e dez uñas de ouro"... -Páxina 69, O/reló de área:.•."Chegou p o i s don F e l i c e s co seu reló* de - área, oue e r a unha oeza mui r e q u i n t a d a de a r t e toledán, con dúas cobras oor asas, o c r i s t a l do vaso rosado, os oes c a t r o cabezas de anxeliños, as c o l u n a s semellando viñas mui abondosas en a s i o s , e todo o coronaba/ un e s p e l l o como a uña "do meñioue, montado nunha onza, de ouro de E l Rei don G a r l o s III"... Nótese o m a t e r i a l de oue están f e i t o s e s t e s ooucos o b x e c t o s , a p a r e — cen os metáis p r e c i o s o s e tamén unha madeira c o n s i d e r a d a como preciosa, é evidente oue e s t a s cousas f e i t a s d e s t e s m a t e r i a i s están fóra do a l - cance da xente común. H a i un obxecto do mundo r e a l que c o n t r a s t a f o r t e m e n t e eos que a.rriba se describen: -Páxina 25, F e l i p e de Amancia:..." estaba eu á sombra da f i g u e i r a r a — mona, coa miña na.valliña l a b r a n d o p r a bastón, na t e s t a dunha. cana de - amieiro".... F e l i p e usa un obxecto normal ñas a l d e a s de G a l i c i a , non é un ouñal con egf&ixc de p r a t a l a b r a d a como a do Leonís (poxe do I m p e r a n t e ) , ade- máis no t r a b a l l o oue está facendo usa unha cana de a m i e i r o , non ébano, unha árbore oue abonda. ñas b e i r a s dos ríos e que p o l a súa madeira b r a n da e r a moi usada oara ^acer zocos e o u t r o s o b x e c t o s . Un obxecto moi e s p e c i a l aparece na páxina 89 no contó "O/esoello do mouro": n e l f a l a s e dun e s p e l l o f a s c i n a n t e que non só t i n a a f a c u l t a d e de a d i v i n a r o o o r v i r senón i n c l u s o de invéntalo. Tanto f o i así oue — Merlín d e c i d i u c r e b a l o en m i l anacos. Eu vexo n e s t e proceder un c e r t o medo de que os personaxes do mundo r e a l cheguen a saber o que pode - suceder no f u t u r o , cousa coa que se poderían f a c e r ooderosos e i s o é/ a l g o que non i n t e r e s a a quen exerce o poder sobre e l e s , oue son os — personaxes do mundo fantástico. H a i que mencionar tamén aseólas de nevé que aoarecen na páxina 121
  • 13. 12 en "O v i a x e a "°acios". Neste contó chegan a d e s c r i b i r s e a t a 13 b o l a s - d i f e r e n t e s , unha na páxina 123 e o u t r a s 12 ñas páxinas 126 e 127. Estas b o l a s f u n c i o n a n como peouenos mundos pechados e a f a s t a d o s da r e a l i d a d e c o t i a e r e p r e s e n t a n d i s t i n t a s h i s t o r i a s . H a i unha s e r i e de personaxes/ do mundo r e a l nue s e n t a n ñas e s c a l e i r a s oara v e r cada unha das doce b£ l a s actuando así como se dunha función d^ t e a t r o se t r a t a s e . Estes per sonaxes r e a i s son e s p e c t a d o r e s , observadores d o u t r a s r e a l i d a d e s , inal- canzables oara e l e s , que f o x e n da súa o r o p i a r e a l i d a d e , e por un i n t r e poden achegarse a o u t r o s mundos i m a x i n a r i o s esouecendo o seu. No contó da oáxina 136 "0 enano grego" tamén chama a atención a a — parición durihas u n l l a s dos dedos oeoueniños decoradas c m verdadeiras/ historias, p i n t a d a s con t o d o d e t a l l e . En c e r t o modo r e c o r d a os mundos/ pechados das b o l a s de nevé, o u t r o s mundos d e n t r o do mundo. Todos e s t e s obxectos serven de c o n t r a s t e co ambiente r e a l oue c a s e / é un ambiente oue t e oos que i m a x i n a r os l e c t o r e s porque non está exac- tamente d e f i n i d o n a r r a t i v a m e n t e , Ounaueiro supon unha predisposición - do l e c t o r para o coñecemento da situación r e a l da época por i s o non ne c e s i t a e s t a b l e c e r parámetros oue i d e n t i f i q u e n ese mundo. .-SENSACIONS SINESTESICAS.-(Olores e s a b o r e s ) . En x e r a l pódese d i c i r ove os sabores e os o l o r e s ós oue alude A. Cun q u e i r o son a g r a d a b l e s buscando, deste x e i t o , t r a n s p o r t a r a xente c a r a / a un espacio máis f e l i z e o p t i m i s t a . Nun mundo t a n escuro como o da — p o s t - g u e r r a a escaseza económica impedía o acceso ós p r o d u c t o s que non f o s e n de p r i m e i r a necesidade, esa p e m i r i a económica traducíase nunha - p e n u r i a no " e s t a r " do i n d i v i d u o como consumidor de bens que ve l i m i t a - da a súa c o n f o r t a b i l i d a d e e oue i n c l u s o pasa fame, e tamén unha p e n u r i a no " s e r " máis íntimo da persoa como s e r humano con s e n t i m e n t o s , n e s t e / caso s e n t i m e n t o s de t r i s t u r a d e r i v a d o s da súa situación económico-social E s t a t r i s t u r a é precisamente o oue Cunoueiro ouere a f a s t a r da xente a- mosando cousas g r a t a s ó p a d a l e ó o l f a t o . Pódenos v e r algúns exemplos: -Páxina 20, F e l i p e de Amencia esnera na p o r t a do salón oermiso oara o- f r e c e r l l e ó Deán de S a n t i a g o : . . . " u n vasiño de v i n o Getafe con b i s c o i —
  • 14. / 1 3 t o s r i z a d o s " . . . . ( N e s t e caso un oersonaxe r e a l , que viñera mercar un — crebanoces, achégase ó mundo fantástico a través das e x o u i s i t e c e s que/ este mundo l i e o f r e c e ) . -Páxina 22, na descrición do espacio oue ocupa Merlín oara r e c i b i r o s / hospedes f a l a s e dun:..."roxo e oerfumado l i c o r " . . . ( e n c o r r e s p o n d e n c i a / por t a n t o , co espacio descrito). -Páxina. 30; tamén coa comida pode achegarnos Ounqueiro á r e a l i d a d e pa- r a s a l i e n t a r oue os personaxes do mundo fantástico teñen problemas reais. No contó "Os q u i t a s o l e s i o q u i t a t r e v a s " P e l i o e de Amancia serve ós — hospedes:..."algo de v i n o e xamón"..., mentres o seu amo aquela as v a - riñas dos oaraugas • -Páxina 44, o enano do C A t e l o de Belvís fálalle a Dona Xenebra..."dun s perfume novo ^ue l i e chamaban auga f r a n c h i p a n a " . . . e..."Doña Ginebra - convidaba ao enano con merengada"...;está c l a r o que nunha. ~ociedade — oue non t e n que comer non h a i cabida, para os perfumes n i n as l a m b e r e t a das. -Páxina. 49, F e l i p e de Amancia c o n t a como é o seu almorzó:... "Era o meu t r a f e g o de cada día, denantes do desaúno, que en tempo de c e r e i x a s e r a de c e r e i x a s e oan t r i g o " . . . (Nótese oue, aparentemente,non h a i nada exó_ t i c o n e s t e almorzó, non sendo o oan t r i g o , oue aínda sendo agora causa n o r m a l , na p o s t - g u e r r a e r a u n a r t i g o de l u x o r e s e r v a d o para momentos - especiáis). - Páxina 58, F e l i p e lévalle á cama ó señor Elimas:..."o chiculate con/ b i s c o i t o " . . . ( E l i m a s , o a l g a r i b o , traíalle óSr. Merlín l i b r o s segredos/ e o u t r o s obxectos raros). -Páxina 6 1 , no contó "Ajbañeira i o de o " d i s e : . . . " e saíra déla un g r a n f de c h e i r o a s o l i o " . . . (Como é léxico ó nomear o c h e i r o a x o f r e Cunquei ro pretende c r e a r unha sensación no l e c t o r , xa oue e s t e c h e i r o está. — v i n c u l a d o i r r e m e d i a b l e m e n t e ó demo e ás cousas diabólicas. Usté o l o r - desagradable v a i a p a r e c e r , novamente, na oáxina 165 en "A n o v e l a de — Mosiú T a b a r i e " co demo Cobillón:..."e b o t o u l l e mesmo no n a r i z a q u e l — t a n s o t i l unha b a f a r a d a de x o f r e " . . . -Páxina 69, en "Obrelo de área" don F e l i c e s toma:... "sempre de parva — papas de a r r a n d a s e c h a n f a i n a asada"...(Nun temoo r e a l no oue a comida escaseaba r e s u l t a anacrónico que alguén tome parvas deste calibre). - Páxina 74: en "A princesiña de p r a t a " l e s e . . . " i o m o n a g u i l l o a b o t a r
  • 15. 14 • •• / *• • incensó no i n c e n s a i r o i a, i n c e n s a r o áer".../..."A se l o r a M a r c e l i n a e/ máis Manoeliña viñeron i e s t r a r o n de r o s a s e f i u n c h o i espadaña o p a — tín"...(Cunoueiro pretende evocar u n c e r t o r e c o l l e m e n t o pseudo-relixio so a través dos o l o r e s , «demois combina este f a c t o r coa c o r morada que simboliza a penitencia e a p r o c e s i o n a l ! d a d e dos nersonaxes oue chegan). -Páxina 77, no mesmo contó, a n t e s i n d i c a d o , mestre P l u t e e n t r a no esoa ció r e a l oue é a c o c i n a de i r a n d a onde xanta: . .. "unha e n f a r a g u l l a d a - ír de fariña de t r i g o con t o r r e s m o s i unha x a r r a de v i n o de San F i z " . . . e máis o d i a n t e : ... "recuncéu de e n f a r a n i l l a d a , i. aínda c o r t ^ u na c a r n e , e media o r e l l a de cocho ° T l e g o " , ( a comida é tínicamente g a l e g a , non é — : ; exética, o oue chama a atoncién é oue é moi abon^osa e ^ue a oersoa — que come está " q u i t a n d o a b a r r i g a de mal a n o " ) . -Páxina 8 1 , no mesmo contó a n t e r i o r a o r i n o e s i r i a como t i n a fame:..."pe_ d i u requesón i ovos moles"...(Aínda oue non sexan cousas r a r a s as oue/ o i d e , s i oue c o n t r a s t a n cunha sociedade na oue n i n sequera h a i pan b r a n co máis que ñas f e s t a s como auténtico l u x o ) . -Páxina 105, en "A t r a b e de o u r o " os a n a n o s : . . . " r u l a b a n ñas r o s c a s — despóis de remollólas no t o s t a d o " . . . ( A s r e f e r e n c i a s ós v i n o s e ós d o — ees e cose c o n s t a n t e e pensó oue é para e n f a t i z a r a d i f e r e n c i a coa. r e a lida.de salega). -Páxina 1 1 1 , en "A s i r e a grega" F e l i p e c o n t a : . . . " x a t i n a na mesa o c a l do botado, i e l e r a ben do meu gosto a q u e l caldo de calabazo doce nue/ facía a señora M a r c e l i n a nolo outono"... (o simóle f e i t o de f a l a r da, - cabaza doce xa nos t r a n s p o r t a ó outono e rtamén cando F e l i p e continúa - dicindo:••."cantimáis oue e s t a b a a meu carón oelando castañas"...). -Páxina 112, no mesmo contó h a i un cambio do esoacio do mundo r e a l ó - fantástico cando "Dona Xenebra acode a b o t a r na t i n a , de auga:..."un no- mino de a l b a f o r oue recendía a canela"... - Páxina 1 2 1 , en " v i a x e a P a c i o s " f a l a s e dun "oonche dobre de r o n " - O . como r e c e i t a para b a i x a r a f e b r e . -Páxina 125 no mesmo contó o Sr. Merlín rece i t a : . . . " u n papel de esoíri t u de sen i un v i n o p u r g a n t e " . . . e ademáis:..."unha t r i a c a orepósita e p i l d o r a s de mel s e d a t i v a " (léxico é o o i s sunoñer oue con este fantást_i co tratamiento Mosiú Simolóm sande do seu m a l ) . -Páxina 140 en " enano grego" este f a l a : . . . " d o b r i l o oue l i e daba ó - O • • • /...
  • 16. 15 • •• ^ • * • seu nelo (o oelo da r a t i t a ) a nómada de l e i t e de Armenia da miña o r i n - cesiña"...( na o o s t - g u e r r a o xabón facíase ñas casas a base de sebo e/ sosa porque os p r o d u c t o s cosméticos ou non os había oivhon estaban é a l canee dá xente n o r m a l , p o l o que non e r a p o s i b l e a e x i s t e n c i a de t a l e s - o r o d u c t o s ñas c^sas dara persoas h u m i l d e s ) . -Páxina 143: en "o paxe de Aviñén" A n g l o r , a o r l n c e s a do río escondida no paraugas d e i x a este:..."perfumada de xazmín i a u g a r r o s a de Genova"... (aquí Cunoueiro xoga coa s e n s u a l i d a d e ) . -Páxina 162, en "A n o v e l a de ^osiú T a b a r i e " aoarece o u t r a vez a "auga/ franchioana"... -Páxina 163, no mesmo contó:... "Doña i;¡, lori.nda segurábase oue s o i o ven- teaba r o s a s , auga f r a n c h i p a n a e L i c o r do ^ o l o n a o u e l galán (o demo Co- •ilion)"... -Páxina. 164, no mesmo contó, o demo para non d e l a t a r s e : . . . "bañouse e n / auga franchipata.lavóu os oes con secante de l i r i o , engomóu os r i z o s — con n i e l de r o s a s , e p r a d i s f r a z a r o alentó, bebéu un f r a s c o de v i n o de n a r d o " . . . ( t a n t o gasto e x c e s i v o de aromas exéticos xa nos oon en a v i s o / dun suc e so f a.nt ást i c o ) . .-CONCLUSION.- Tódolos a p a r t a d o s oue c o n t e n e s t e e s t u d i o non f a n o u t r a cousa que x i r a r a r r e d o r do mesmo: a d i f e r e n c i a e n t r e o mundo fantástico e o mun- do r e a l . Cunqueiro u t i l i z a cada un dos elementos aquí expostos para de_ f i n i r eses mundos, sobre t o d o o fantástico p o l o oue t e n de d i f e r e n t e e i n a l c a n z a b l e . M o i t a s veces e s t e s elementos son usados en combinación e non só seoaradamente, o oue se busca é c^ear determinadas sensacións - no l e c t o r : suavidade d e r i v a d a da t e x t u r a das t e a s , r i q u e z a deriva,da — das formas e materia.is dos obxectos p r e c i o s o s , s e n s u a l i d a d e , f a s c i n a — ción, e t c . , o t e . To^as e s t a s sensacións t r a n s p o r t a n o l e c t o r c a r a ó — mundo máxico de Merlín e o u t r o s personaxes míticos onde t o d o parece s e r p o s i b l e . I s t o o i i - r e d i c i r oue a c a n t i d a d e de c o l o r e s , os v e s t i d o s am— píamente d e s c r i t o s , as e x o u i s i t e c e s a l i m e n t i c i a s , os perfumes, e t o d o / o que dalgún x e i t o non e x i s t e nese momento na sociedade galega da p o s t - - g u e r r a , s e r v e n de elementos t r a n s p o r t a d o r e s dun mundo ó o u t r o , onde a • • •/ •• •
  • 17. 16 / • • • •. . mente de cada l e c t o r está en f r a n c a confabulación coa do e s c r i t o r oue, á súa v e z , a e s t i m u l a . 0 oue quere Cunqueiro é que a xente se l i b e r e da t r i s t e z a a través - da fantasía, dunha r e a l i d a d e i n v e n t a d a , do soñó, do i r r e a l pero irreal verosímil ( h a i oue t e r en c o n t a que os personaxes do mundo fantástico/ adoitan t e r problemas r e a i s . e , xa que l o g o , a c e p t a b l e s e c o m p r e n s i b l e s ) Quere d i c i r con i s t o que oode l o g r a r s e un mundo m e l l o r , que h a i e s o e — r a n z a , oue non sempre haberá escaseza e oue tamén é p o s i b l e a l i b e r d a - de xa que e x i s t e o pensamento e e s t e é l i b r e e l i b e r a d o r . H a i unha fro.se de Cunoueiro que me g u s t a e s n e c i a l m e n t e e coa oue — quero pechar e s t e t r a b a l l o porque creo oue resume o a n t e r i o r : ..." E ó r e m a t a r de 1 e r o seu e s t u d i o , eu f i c o como o p r e s t i d i x i t a d o r a quen l i e s o r p r e n d e r o n o t r u c o , que en d e f i n i t i v a o que p r e — tendía e r a o u t r a r e a l i d a d e , a máxica, que t a n t a s veces é a única que - ve o home."... .=oOo=.-.=oOo=.=oOo=.
  • 18. 17 B I B L I O G R A F I A -. • Merlín e f a m i l i a ; A l v a r o Cunoueiro; E d i t o r i a l G a l a x i a , 7- edición/86 . Fantasía e r e a l i d a d e : Merlín e f a m i l i a ; Ana María Spitzmesser, mono- gráfico "0 mundo de Cunoueiro" - E d i t . "A Nosa T e r r a " , 25-11-91. • A l v a r o Cunnueiro e Merlín e f a m i l i a ; Xoán González-Millán; E d i t o r i a l G a l a x i a , Agora; 1.991» . Guía, de l e c t u r a "Os o u t r o s f e i r a n t e s " p o r Rexina Rodríguez Vega; E d i cións do cumio; 1.992. . La, fantasía lúdica de A l v a r o Cunoueiro; Diego Martínez Torrón; E d i — cións do C a s t r o ; 1.980. • A l v a r o Cunoueiro ou os d i s f r a c e s da melancolía; Anxo Tarrío; E d i t o — r i a l G a l a x i a , Agrá aberta;1.989. . " E l franquismo en Galicia";Ramón Maíz ( P r o f e s o r T i t u l a r de C i e n c i a s / Políticas da U n i v e r s i d a d e de S a n t i a g o ) ; H i s t o r i a de G a l i c i a E d i t . — Faro de Vigo; 1.991. OoOoOoüoüoOoOoOoOoOoOo oOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoO