“Então finge, garota. Finge que não sente, que não vê. Finge que está tudo bem. Pode fingir, pode agir como se nada afetasse. Finge que a verdade não dói, que as coisas não machucam, que as palavres não ferem. Finge que o buraco cicatrizou, que as pessoas sabem curar, finge que se acostumou com tudo, que mudou. E tarde da noite, quando deitar na cama, chora tudo. Tudo o que pode, que consegue, que quer. Mas enquanto não cai a noite, finge que não se importa. Que as feridas recentes não atrapalham, que falar sem pensar não é consequência. Finge que o mundo não gira, que a vida não corre. Finge que nada mais vai te afetar, que ninguém mais vai conseguir atrapalhar. Finge.