Sofro feio, me apego ao medo, peço arrego
Provoco a ferida que custa curar,
Mas que não precisa de cura, nem surra
Esquento de frio, choro de calor, peço perdão sem dever, corro parado
Dôo quando não tenho, me abstenho de mim
Digo sim dizendo não, imploro esmola, engulo sem comer, me esforço pra vomitar
Respiro de tanto chorar, prendo meu paladar, fecho os olhos pra ver
Entrego um terço, rezo sem acreditar, entro de quatro
Faço juras descabidas que já não cabem
Rabisco num traço, aponto sem dedo, mergulho no raso, nado no seco
Fumo sem saber, bebo pra secar, caio pra sacudir
Aumento meu passo, me apego ao desapego, prendo pra amar
Amo de pirraça, insisto na desgraça, peço fi